Uma Experiência Gastronômica na Calma de Itacoatiara
Entrar em 2025 trouxe consigo uma onda de esperança. Após anos de revezamento entre promessas e decepções, parece que finalmente compreendi que a esperança, especialmente nos tempos em que vivemos, pode se mostrar mais rara que um precioso caviar.
Foi assim que, em uma típica semana de janeiro, decidi me aventurar em meio ao trânsito até Itacoatiara, só para revisitar um restaurante que já havia capturado minha atenção. Estou falando do Pitanga, que agora se chama Calma. Prepare-se, pois minha terceira visita foi marcada por descobertas.
O Calma é um restaurante ao ar livre, e embora estivéssemos no auge do Verão, a temperatura raramente se torna uma preocupação. O lugar é envolto por uma brisa fresca, com uma vista deslumbrante das montanhas rodeadas por coqueiros, bananais e árvores nativas. Em um sábado ensolarado, a pequena faixa de areia se iluminava com barraquinhas coloridas, enquanto admiradores do mar ousavam se acomodar nas pedras. Eu, confortável na sombra, deliciei-me com um copo de vinho orgânico enquanto apreciava o cenário.
A chef Jessica Hulme é uma verdadeira artista. Sua atenção aos detalhes é notável: ela elabora manteiga a partir do Porco Alado, utiliza ingredientes frescos da sua própria horta e adapta o cardápio conforme a sazonalidade. Jessica investe no treinamento da simpática equipe, que torna a experiência ainda mais agradável. E quando a horta não consegue suprir a demanda, ela recorre a agricultores familiares locais, garantindo que cada ingrediente seja de qualidade e origem responsável.
Esfiha de pato com molho de hortelã plantada na casa (Cristiana Beltrão/Arquivo pessoal)
Como em qualquer restaurante, vigoram gostos diferentes. Até o momento, a esfiha de hortelã, com sua massa phylo, foi uma verdadeira revelação. O mesmo se pode dizer dos pães acompanhados da manteiga de nduja e do namorado em tiradito com uvas verdes e macadâmia. O polvo com arroz meloso, imerso em um curry tailandês, também me deixou encantada. Para finalizar, a pré-sobremesa de sorvete de iogurte com farinha de pecã foi uma refrescante surpresa.
Após anos visitando restaurantes com um olhar profissional, minha definição de qualidade foi se transformando. Antes, buscava apenas originalidade e novos sabores; hoje, entendo que o equilíbrio é o verdadeiro segredo. Um cardápio criativo deve extrair o melhor de cada ingrediente, resultando em uma harmonia plena entre os sabores.
Atualmente, minha visão sobre qualidade se baseia em um tripé: originalidade, técnica e consciência. É impossível separar o prazer da refeição do que ocorre nos bastidores, especialmente no que diz respeito à valorização da sazonalidade e da biodiversidade local. O fortalecimento da economia, as parcerias com produtores locais e a consideração pelo impacto ambiental são aspectos fundamentais.
Conseguir equilibrar esses elementos não é uma tarefa simples. A maestria na técnica e o desenvolvimento de fornecedores levam tempo, esforço e dedicação. Contudo, Jessica está trilhando esse caminho com paciência e a filosofia que permeia o Calma.
Com cada visita, ficou mais claro que a proposta dela não é apenas oferecer uma refeição, mas proporcionar uma experiência gastronômica que valoriza todos os envolvidos. Assim, sigo com esperança e grata pela deliciosa jornada que o Calma tem proporcionado. Que a chef continue a desvendar novos sabores e a celebrar o que há de melhor na nossa terra.
Leia a matéria na íntegra em: Veja Rio
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