Rock in Rio: Uma Odisseia Musical Através do Tempo
A vida é repleta de heróis, um conceito que remete diretamente à mitologia grega, onde o enfrentamento de obstáculos e a superação são essenciais para a conquista de grandes feitos. "Rock in Rio, o musical" surge como um megaespetáculo que dá vida a essa ideia, celebrado em grande estilo em homenagem aos 40 anos do icônico festival brasileiro, um dos maiores eventos de entretenimento do mundo.
O Rock in Rio representa o desejo de um público plural, de artistas que vão de um extremo ao outro do espectro musical. Participar do festival sempre foi uma forma de estar conectado ao presente, vivenciando experiências que são tão multifacetadas quanto os gêneros da música que ali ressoam. A produção, coordenada pela renomada dupla Charles Möeller & Cláudio Botelho, traz uma trilha sonora vibrante e uma supervisão musical de Zé Ricardo, embrulhando em canções clássicas a narrativa heroica de Roberto Medina, o criador do festival.
A escolha do elenco deste musical é, sem dúvida, uma das suas grandes virtudes. Bel Kutner traz à vida a figura de Elizabeth, uma escritora que vivenciou toda a saga por dentro, tendo iniciado sua jornada como a estagiária da agência ArtPlan. Malu Rodrigues também brilha como a jovem estagiária, revivendo os maiores sucessos do festival em uma apresentação que não apenas demonstra seu talento musical, mas também delineia sua conexão com o romance trágico que se desenrola ao longo da peça. Os duetos entre Malu e Bel são pontos altos, onde suas vozes encantadoras dialogam sobre um amor cercado de desafios e traições.
A produção tem seus pontos altos em dois aspectos bastante difíceis de se ver em um mesmo espetáculo. O primeiro é o ensemble de bailarinos, que, no segundo ato, se destacam em uma coreografia empolgante e sincronizada, que enriquece a narrativa. O segundo é o cenário, um elemento que vai além da estética, funcionando como um personagem ativo na construção da narrativa do musical.
Rodrigo Pandolfo se destaca no papel de Roberto Medina, uma figura recheada de emoções que vão da raiva à dúvida. Seu personagem é complementado por André Dias, que vive o alter ego de Medina, o emblemático Dom Quixote, e também se transforma em Oscar Ornstein, acrescentando um novo significado à narrativa com sua presença.
Uma das atuações mais memoráveis é a de Gottsha, que interpretando a secretária Dora, não apenas desempenha seu papel com maestria, mas também encanta o público com sua voz poderosa. A presença de Gottsha encapsula a essência do que o musical "Rock in Rio" representa, traduzindo a paixão, o talento, o cuidado com o público e, claro, a música que embala nossas emoções.
O espetáculo é um convite irresistível: para aqueles que já participaram do festival, é uma viagem nostálgica; para quem nunca teve a oportunidade, uma chance de vivenciar essa experiência singular.
Serviço:
Cidade das Artes, na Barra
Até 23 de fevereiro, quintas e sextas, às 20h; sábados e domingos, às 15h e 19h.
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