Beyti Beytak: Uma Reflexão Sobre Acolhimento e Coletividade na Arquitetura
O Qatar apresenta sua participação na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2025, revelando uma rica história cultural e arquitetônica focada nas tradições de acolhimento, união e cuidado coletivo na região MENASA (Oriente Médio, Norte da África, Ásia do Sul e Central). Intitulada “Beyti Beytak. My Home is Your Home. La mia casa è la tua casa”, a exposição se desdobra em dois locais distintos da cidade: um pavilhão temporário nos Giardini, projetado pela arquiteta Yasmeen Lari, e uma grande exposição no Palazzo Franchetti. Esta última, sob a curadoria de Aurélien Lemonier e Sean Anderson, explora a metáfora da hospitalidade como um princípio de design que moldou o ambiente construído ao longo dos anos, abrangendo lares, mesquitas, escolas e até mesmo cidades inteiras.
A proposta expositiva destaca mais de 30 arquitetos e coletivos, incluindo nomes renomados como Hassan Fathy e Balkrishna Doshi, além de vozes emergentes como Sumaya Dabbagh e Abeer Seikaly. A mostra é organizada em sete seções, cada uma refletindo sobre diferentes aspectos da vida coletiva, abordando como projetos são moldados por clima, comunidade e cuidado.
O espaço do Palazzo Franchetti é transformado em um ambiente que apresenta o oásis como uma metáfora gerativa para a troca e o encontro, enquanto projetos de habitação social em cidades como Lahore e Mumbai oferecem uma visão intimista de como o lar pode ser compartilhado e adaptado a diferentes contextos sociopolíticos. As mesquitas e museus também desempenham um papel central, atuando como âncoras cívicas que promovem rituais de comunhão e reflexão.
Oásis Reimaginado
A exposição inicia-se com a seção “Reimagining the Oasis”, apresentando o oásis não apenas como fonte de água, mas como fator crucial que transcende o tempo e espaço, promovendo a vida e a criação de espaços públicos. Aqui, obras de arquitetos como Hassan Fathy e Abeer Sekaily são apresentadas, refletindo sobre como projetos habitacionais podem informar e moldar comunidades. Itens que exploram projetos do Irã e do Norte da África evidenciam como a água e a vegetação estão entrelaçadas com a cultura e a memória.
O trabalho de Hassan Fathy, por exemplo, investiga as tipologias rurais ao longo dos rios, propondo soluções sustentáveis para a vida coletiva, enquanto Abeer Sekaily busca inspiração nas comunidades nômades da Jordânia, questionando as relações sociais que envolvem a criação de abrigo para os deslocados.
Vida Cívica e Arquitetura
A seção seguinte discute os centros comunitários como reflexos das necessidades e práticas dos indivíduos que os utilizam. A arquitetura é vista como uma extensão da vida compartilhada, seja em assentamentos informais ou como parte do tecido cívico das cidades. O projeto da escola Jadgal Elementary, no Irã, é um exemplo de como processos participativos podem resultar em edificações que respeitem as tradições espaciais locais e promovam a educação como ferramenta de resiliência econômica e cultural.
A importância das mesquitas é também analisada: essas estruturas atuam como espaços sagrados que acolhem diversas atividades humanas. Projetos de arquitetas mulheres, como Marina Tabassum e Sumaya Dabbagh, demonstram como mesquitas podem servir como centros de aprendizado e abrigo, essencialmente integrando-se à vida pública.
Transformações do Espaço Doméstico
Na seção “City Houses and Social Housing”, observamos uma nova interpretação do espaço doméstico, onde a arquitetura é reimaginada como um ambiente mais poroso, propício a rituais de convívio. A arquitetura do lar na região MENASA costuma incluir elementos como pátios e terraços, promovendo tanto a conexão quanto a privacidade. Exemplos históricos e contemporâneos, como o projeto de Hassan Fathy em Nova Gourna, ilustram como as habitações são frequentemente co-criadas e adaptadas ao longo do tempo.
Os Jardins como Espaços de Memória
A seção “Art of Gardens” aprofunda-se na exploração de como os jardins funcionam como espaços cruciais de memórias e cuidados nas tradições islâmicas e seculares. Essa parte da exposição revela projetos que vão de Índia ao Qatar, mostrando como os jardins atuam como interfaces sensoriais entre o ambiente construído e os sistemas naturais. Para muitas tradições, o jardim é sinônimo de paraíso e vitalidade.
Desenhos e estudos de campo são utilizados para ilustrar como o design paisagístico carrega um peso emocional e arquitetônico significativo, destacando a importância de espaços como o Jardim Chihilsitoon, em Cabul, que foi revitalizado após os conflitos e se tornou um importante local de encontro e suspiro para a vida comunitária.
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