Atelier Marko Brajovic apresenta Ninho na Casacor São Paulo 2025
No evento Casacor São Paulo 2025, o Atelier Marko Brajovic revela Ninho, um protótipo de equipamento bio-urbano que convida as pessoas a desacelerar, se reconectar e imaginar as cidades como habitats multiespécies. Uma mistura de arquitetura, instalação e exposição, Ninho se integra ao Parque da Água Branca como uma intervenção ecológica leve, construída em madeira de pinho e plástico reciclado. Com sofás em forma de ovo, a proposta é incentivar os visitantes a se deitarem, observarem o céu, absorverem a beleza das árvores e ouvirem os sons da natureza ao redor.
Crédito: Atelier Marko Brajovic
Exposição Animal Architects acompanha a instalação Ninho
Desenvolvido pela equipe brasileira do Atelier Marko Brajovic, Ninho exemplifica uma tipologia híbrida e suave. A estrutura, inspirada pelos ninhos das aves mais ousadas que habitam as bordas urbanas, desafia conceitos tradicionais de tecnologia, materialidade e autoria. Neste espaço lúdico e permeável, as pessoas podem relaxar, olhar para o céu, compartilhar histórias ou aprender sobre como os arquitetos animais têm sempre um passo à frente.
Em torno da instalação, a Exposição Animal Architects, organizada pelo estúdio, explora os hábitos construtivos dos criadores não humanos. A mostra é dividida em três partes. A primeira foca em aves e insetos, apresentando arquiteturas intrincadas feitas de fibras, cera, barro e até mesmo resíduos urbanos, que funcionam como instrumentos de sedução, proteção e sobrevivência. Ilustrações e modelos desvendam a lógica da construção coletiva e a cooperação entre espécies. A segunda parte retorna o olhar aos humanos, destacando projetos de design que se inspiram em arquiteturas feitas por animais e exploram estruturas biomiméticas e adaptação ecológica. Por fim, a seção Multispecidade provoca a reflexão: como seriam as cidades se fossem realmente compartilhadas com outras formas de vida?
Visão aérea do Ninho
Animais como mestres arquitetos
No texto curatorial, o Atelier Marko Brajovic pinta um retrato vívido dos animais como arquitetos mestres, muito antes dos humanos moldarem o ambiente construído. Formigueiros com ventilação natural, favo de abelhas com lógica embutida e aves que criam ninhos a partir de plástico descartado são exemplos que não são apenas curiosidades, mas sim provocações. Eles nos lembram que a construção não requer necessariamente tecnologia, mas apenas intenção e adaptação. Os animais constroem com seus corpos e instintos, respondendo em tempo real a ecossistemas em constante mudança. Eles improvisam, evoluem e até prosperam no coração das nossas cidades.
Complementando Ninho, uma intervenção paisagística sensível de Ana Kamitsuji rewilds o espaço ao redor, criando micro-habitats que apoiam polinizadores e fauna dispersora de sementes.
360 peças de pinho replantado foram usadas, junto com a aplicação de 40 painéis de plástico reciclado extrudado
Os painéis de plástico reciclado estão gravados em branco com os nomes das espécies de pássaros que habitam o parque
Ninho ampliando a arquitetura das aves para proporções humanas
Parte arquitetura, parte instalação e parte exposição, Ninho está inserido no Parque da Água Branca
Esses exemplos nos lembram que a construção não precisa necessariamente de tecnologia
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