Polêmica em Paraty: Demolições no Saco do Mamanguá Geram Revolta Entre Moradores
Moradores da comunidade caiçara Saco do Mamanguá, localizada no litoral de Paraty, na Costa Verde, estão expressando descontentamento com as demolições de imóveis na região, uma ação determinada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Nos dias 1º a 3 deste mês, agentes do Inea demoliram diversas construções na praia, uma das mais icônicas da cidade.
Ação Controversa do Inea
Durante uma reunião na última segunda-feira, moradores relataram que a operação do Inea foi marcada por violência e falta de comunicação. “Para a gente, foi muito violento. Nunca vi nada assim”, comentou uma residente local. O encontro contou também com a presença de representantes do Instituto Chico Mendes (ICMbio), que ouviram as reclamações da comunidade.
Posicionamento da Comunidade
A ação do Inea foi justificada pelo instituto, que informou que os imóveis estavam localizados em uma área de proteção ambiental. Contudo, a população afirma que não recebeu nenhum aviso prévio sobre as demolições. Gil Corrêa, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Mamanguá, expressou a frustração dos residentes: “Por que os agentes do Inea chegaram desse jeito, com essa violência? A gente queria uma posição formal do órgão. Sabemos que algumas coisas são irregulares, mas nunca vieram aqui para informar o que poderíamos fazer ou o que poderia ser construído.”
Reação do Prefeito
O prefeito de Paraty, Zezé Porto, também se declarou surpreso com a situação, afirmando que não foi notificado sobre as demolições. Ele pediu ao Inea a suspensão das ações até que tenha mais clareza sobre o ocorrido. Além disso, a Defensoria Pública do estado estabeleceu um prazo de 15 dias para que o órgão esclareça algumas questões levantadas.
Justificativas do Inea
Em nota, o Inea informou que as demolições se restringiram a construções irregulares inacabadas, que estavam sendo erguidas para se tornarem estabelecimentos comerciais. O instituto reiterou que as estruturas estavam localizadas na Reserva Ecológica Estadual da Juatinga, e negou que tenha demolido casas, como alegam os moradores.
Investigação em Curso
De acordo com o Inea, a corregedoria do órgão foi acionada, mas até o momento não foi encontrada nenhuma irregularidade nas ações dos agentes durante a operação. Além das demolições, o Inea revelou que vistoriou uma das residências onde foram encontrados materiais utilizados para caça ilegal de animais silvestres.
Sobre o Saco do Mamanguá
Localizado a 250 quilômetros do Rio de Janeiro, o Saco do Mamanguá é um lugar único, semelhante a um fiorde, com oito quilômetros de extensão e 33 praias. A região abriga oito comunidades caiçaras que dependem da pesca, da agricultura e do turismo para sua subsistência.
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