Mansão de Luxo em Regent’s Park: Uma Venda Surpreendente no Coração de Londres
Uma imponente mansão em Regent’s Park, anteriormente pertencente a integrantes da realeza saudita, foi vendida recentemente por impressionantes 139 milhões de libras (cerca de R$ 960 milhões). Esta transação, que se encaixa entre as maiores vendas de imóveis já registradas na capital britânica, deixou o mercado imobiliário intrigado, especialmente por conta da identidade do comprador, que permanece em anonimato.
A Propriedade e Seu Histórico
Conhecida como The Holme, a villa se destaca por sua localização privilegiada em um jardim privado de 1,6 hectare dentro de Regent’s Park, um dos espaços verdes mais notáveis de Londres. Antes de ser colocada à venda, a propriedade esteve em administração judicial por quase dois anos. À venda desde o início de 2023, inicialmente foi avaliada em 250 milhões de libras (aproximadamente R$ 1,8 bilhão) após o vencimento de dívidas garantidas contra ela.
The Holme foi adquirida em 1991 pelo príncipe Khaled bin Sultan al-Saud da Arábia Saudita e sua família, através de uma entidade registrada em Guernsey. Com o tempo, cinco dos filhos do príncipe foram listados como proprietários beneficiários, evidenciando o alcance e a complexidade das transações de imóveis de luxo.
Desafios e Perspectivas Futuras
A villa, que conta com 207 anos de história, exige reformas consideráveis devido ao seu status de patrimônio histórico. Especialistas que conhecem a propriedade afirmam que estas reformas podem ser tanto complicadas quanto dispendiosas. Além de sua resiliência arquitetônica, The Holme é uma das raras residências privadas dentro do parque central de Londres e é vizinha de importantes propriedades, como a residência do embaixador dos Estados Unidos.
Recentemente, novas regulamentações do governo britânico foram propostas, visando aumentar a transparência sobre a propriedade de bens imóveis, especialmente aqueles administrados por entidades estrangeiras. Essas mudanças foram motivadas pelos desafios enfrentados pelo Reino Unido em relação à transparência de ativos, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia. O então secretário de habitação, Michael Gove, destacou preocupações acerca do uso de trusts para esconder a verdadeira propriedade de ativos, um déficit que ainda persiste no sistema atual.
A Envolvimento das Entidades
A nova proprietária de The Holme é uma subsidiária da Zedra, uma empresa especializada em serviços corporativos e gestão de patrimônio, que atende a uma ampla gama de clientes internacionais. A Zedra, com sede em Luxemburgo, foi descrita como uma entidade envolvida na administração de trusts, cuja estrutura, por vezes, pode obscurecer a identidade de seus beneficiários.
Informações mais recentes indicam que a venda foi realizada em meados de dezembro pela Trinity Investments, uma empresa irlandesa que opera sob a gestão do fundo de hedge Attestor, com sede em Londres. O fundo é notável por sua atuação em estratégias de dívida e havia concedido um empréstimo significativo à empresa Quendon, que estava vinculada à propriedade.
Um Mercado em Evolução
A compra de The Holme não é um evento isolado no cenário do mercado de imóveis de luxo em Londres. Em tempos recentes, uma das vendas mais relevantes foi de uma mansão em Rutland Gate, que, antes da pandemia de Covid-19, foi adquirida por 210 milhões de libras por meio de uma empresa das Ilhas Virgens Britânicas. Essa transação foi posteriormente ligada ao agora conhecido fundador da Evergrande, Hui Ka Yan, que já foi o homem mais rico da China.
Conclusão
A venda de The Holme, com suas complexidades históricas e desafios futuros, reflete não apenas o mercado imobiliário de luxo em Londres, mas também as questões mais amplas de transparência e propriedade no setor. À medida que novas regulamentações se preparam para entrar em vigor, o desdobramento dessas políticas pode impactar não só a venda de propriedades de luxo, mas a forma como os imóveis são registrados e administrados no Reino Unido. O interesse contínuo em propriedades como The Holme mostra que, mesmo em meio a incertezas econômicas e políticas, o desejo por residências exclusivas e de prestígio permanece inabalável.
Leia a matéria na íntegra em: www1.folha.uol.com.br
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