Localizado ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, o Campus da Universidade Cândido Mendes se destaca há décadas como um dos principais núcleos culturais da Zona Sul do Rio de Janeiro. Com seu icônico edifício vermelho e branco, que abriga também um Teatro e uma Galeria de Arte, a universidade vive um momento delicado. Com mais de 120 anos de história, a instituição está em Recuperação Judicial e enfrenta a necessidade de vender parte de seu patrimônio para quitar dívidas com credores. Recentemente, o SESC adquiriu o antigo Campus da Cândido Mendes localizado na Praça Pio X, por aproximadamente 25 milhões de reais, como noticiado anteriormente.
Atualmente, a universidade tem à disposição um antigo Campus na Estrada das Canoas, imóveis em Campos dos Goytacazes e seu tradicional Campus na Rua da Assembleia, além do disputado prédio em Ipanema, que será colocado à venda nos próximos meses. O processo de venda seguirá o modelo judicial chamado “stalking horse” (traduzido como ‘cavalo de perseguição’). Nesse formato, diversas empresas podem apresentar propostas, e a melhor oferta, que atender às condições exigidas pela universidade, pelos credores e pelo Ministério Público, será priorizada em um leilão público subsequente.
O empresário que se destaca nesse cenário é proprietário do Hotel Astoria Copacabana. Ele apresentou uma proposta de 52 milhões de reais, com uma entrada de 40 milhões e o saldo dividido em 12 parcelas. Em sua proposta, o empresário declara que “conheceu e conferiu o imóvel e seu respectivo título de posse e propriedade, em relação aos quais assume integral e exclusiva responsabilidade em relação aos respectivos riscos.” No mesmo documento, ele pede a posse do imóvel até dezembro e isenta-se de qualquer dívida associada à Cândido Mendes.
Essa proposta, conforme a juíza Maria Izabel Gomes Santanna de Araújo, da 5ª Vara Empresarial, supera outra de 53 milhões, feita por uma incorporadora que pretendia parcelar o pagamento em 25 vezes iguais. Tanto o administrador judicial da universidade quanto o Ministério Público concordaram que esta proposta seria a “balizadora do leilão a ser realizado” e será utilizada como lance mínimo. A juíza também determinou a publicação de um edital para a venda do edifício da Rua Joana Angélica, que abrange uma área de aproximadamente 6.000 m².
Além disso, a juíza solicitou que o Condomínio do Edifício Cândido Mendes, localizado na Rua da Assembleia, apresente a composição dos débitos da universidade para receber as cotas condominiais em atraso. O valor devido, de acordo com estimativas do condomínio, seria de 1,5 milhão de reais, relacionado a 7 andares no prédio, além de um teatro e lojas no térreo.
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