Financiamento Imobiliário em Alta: O Que Esperar na Era dos Juros Elevados
Em um cenário econômico marcado pelo aumento dos juros no financiamento imobiliário, a Caixa Econômica Federal tem chamado a atenção dos brasileiros que desejam adquirir um imóvel. A repercussão do cenário financeiro atual levanta a questão: quanto realmente custa financiar imóveis em diferentes faixas de valores?
Para explicitar o impacto dessas mudanças, a advogada especialista em financiamento imobiliário, Daniele Akamine, teve a iniciativa de realizar simulações de financiamento, considerando um imóvel que, após uma entrada de R$ 100 mil, requer financiamento do restante. A seguir, serão abordados os principais resultados dessas simulações.
Financiamento de até R$ 250 mil
Partindo de um imóvel com valor total de R$ 350 mil, o financiamento em questão requer uma entrada de R$ 100 mil. A primeira decisão a ser tomada pelo interessado é sobre o tipo de amortização a ser utilizadas, sendo as mais comuns:
- Tabela Price (TP): Caracteriza-se pelas parcelas fixas ao longo do tempo, oferecendo previsibilidade ao comprador.
- Sistema de Amortização Constante (SAC): Neste método, as parcelas são mais altas no início e diminuem progressivamente.
Akamine destaca que, apesar de as parcelas da Tabela Price serem menores no início, o custo total do financiamento ao final é geralmente maior comparado ao SAC. No atual cenário de juros altos, como os que giram em torno de 12,25% ao ano, advinda da Selic, os custos e as taxas ficam ainda mais acentuados.
A especialista realizou um comparativo do valor financiado em outros bancos que não são da caixa econômica. Os resultados mostram que, para imóveis fora da modalidade do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o Santander se destaca como a opção mais econômica.
Comparativo de Financiamento
Abaixo estão algumas opções de financiamento para um imóvel de R$ 250 mil com os principais bancos:
| Banco | Taxa (%) | Sistema de Amortização | Prazo (meses) | 1ª Parcela | Última Parcela | Valor Total | Renda Mensal Mínima Necessária |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Caixa | 7,93 | SAC/MCMV | 420 | R$ 2.191,07 | R$ 599,03 | R$ 660.483,94 | R$ 7.303,57 |
| Santander | 11,99 | SAC | 420 | R$ 3.105,95 | R$ 625,08 | R$ 787.065,39 | R$ 10.353,17 |
| Bradesco | 11,99 | SAC | 420 | R$ 3.086,79 | R$ 625,08 | R$ 831.214,63 | R$ 10.289,30 |
| Itaú | 11,89 | SAC | 420 | R$ 3.084,79 | R$ 625,83 | R$ 825.256,40 | R$ 10.282,63 |
Financiamentos Acima de R$ 450 mil
Akamine também analisou faixas superiores de financiamento, e os resultados novamente evidenciam que o Santander se mantém como a opção mais vantajosa em relação à Caixa Econômica Federal, à medida que os valores dos imóveis aumentam.
Para um financiamento de R$ 450 mil, e também para um de R$ 800 mil, as taxas permanecem desafiadoras:
Financiamento de R$ 450 mil
| Banco | Taxa (%) | Sistema de Amortização | Prazo (meses) | 1ª Parcela | Última Parcela | Valor Total | Renda Mensal Mínima Necessária |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Caixa | 11,49 | SAC | 420 | R$ 5.336,57 | R$ 1.106,18 | R$ 1.474.993,67 | R$ 17.788,57 |
| Santander | 11,99 | SAC | 420 | R$ 5.570,71 | R$ 1.105,98 | R$ 1.408.317,78 | R$ 18.569,03 |
Financiamento de R$ 800 mil
| Banco | Taxa (%) | Sistema de Amortização | Prazo (meses) | 1ª Parcela | Última Parcela | Valor Total | Renda Mensal Mínima Necessária |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Caixa | 11,49 | SAC | 420 | R$ 9.467,80 | R$ 1.947,09 | R$ 2.616.050,09 | R$ 31.559,33 |
| Santander | 11,99 | SAC | 420 | R$ 9.884,02 | R$ 1.948,63 | R$ 2.495.509,49 | R$ 32.946,73 |
Dicas para Comprar Seu Imóvel
Diante desse panorama, Akamine orienta que uma análise financeira detalhada é essencial antes de ingressar em um financiamento. Conhecer a fundo a sua renda, despesas e a capacidade de pagamento a longo prazo pode fazer toda a diferença.
Além disso, a especialista sugere a priorização de imóveis na faixa de valores do programa MCMV para garantir taxas de juros mais acessíveis. Pontos como a comparação de taxas e a leitura minuciosa do contrato de financiamento são cruciais para assegurar uma compra que não comprometa a saúde financeira.
Finalizando, o recado é claro: planeje, informe-se e tome decisões conscientes para garantir que a aquisição do imóvel se torne uma conquista, e não um fardo financeiro.
Leia a matéria na íntegra em: istoedinheiro.com.br
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