5ª Bienal Internacional de Arquitetura do País Basco: Mugak/ 2025
A competição de design de arquitetura efêmera ONSITE anunciou os três projetos inovadores selecionados para transformar espaços públicos durante a 5ª Bienal Mugak/ em 2025. Reunindo talentos globais, a competição desafiou os participantes a imaginar soluções impactantes para os desafios contemporâneos do espaço urbano, celebrando a engenhosidade arquitetônica e o design progressista. Organizada pela prestigiada Bienal Internacional de Arquitetura Mugak/, a edição de 2024, com o tema “Castelos no Ar, ou Como Construir a Utopia Hoje”, incentivou a criação de estruturas temporárias que exploram as utopias do nosso tempo, utilizando energia renovável, tecnologias verdes e colaboração comunitária. Como parte da 5ª Bienal Mugak/, a ONSITE homenageia os três vencedores, proporcionando a cada um deles um espaço icônico nas capitais bascas para a construção de suas criações efêmeras.
O projeto “Etxenoi”, desenvolvido pelos arquitetos bilbaínos Jaime Gutiérrez Armendariz e Itziar Molinero Miranda, é uma das propostas vencedoras. Este projeto, localizado na Praça das Mulheres, próximo à histórica Estação Abando em Bilbao, reinterpreta a arquitetura como uma responsabilidade coletiva. Utilizando andaimes, materiais reutilizados e móveis descartados, a instalação critica a superficialidade das renovações “rápidas”, posicionando os cidadãos como agentes ativos na mudança urbana sustentável.
A proposta apresenta um design íntimo, evocando espaços domésticos e convidando à reflexão pública sobre temas como sustentabilidade e regeneração urbana. Conforme destacado pelo júri, “a capacidade de ‘Etxenoi’ de traduzir conceitos fundamentais de reutilização e sustentabilidade urbana em uma estrutura funcional e envolvente faz dela uma declaração arquitetônica poderosa”.
A esplanada Alderdi Eder, em frente à Prefeitura de Donostia, acolherá a instalação “Levedad y denuncia. El bordado como utopía en femenino”, uma proposta dos arquitetos Izaskun Chinchilla de Madri. Esta estrutura poética utiliza o bordado — uma arte tradicionalmente feminina — como metáfora para cuidado, comunidade e justiça. Com uma combinação de tecidos leves e elementos impressos em 3D, o projeto defende a igualdade e resgata as contribuições históricas das mulheres no pensamento utópico.
O júri elogiou o projeto por entrelaçar estética, materialidade e impacto cultural, evidenciando o poder transformador das perspectivas feministas na arquitetura. Seu design cria um espaço simbólico e efêmero que favorece a interação e o diálogo comunitário.
Pela primeira vez, a Bienal trará uma instalação para a Praça Virgen Blanca, em Vitoria-Gasteiz. A obra “Utopia: Prohibido el paso”, do arquiteto e artista Sebastián Bayo, erguerá uma parede de madeira de quatro metros de altura que divide a praça, provocando reflexões sobre limites sociais e territoriais. A instalação convida à participação dos cidadãos, encorajando os visitantes a modificar e reinterpretar a parede como um campo em evolução para a expressão coletiva.
O júri reconheceu a “força simbólica e a capacidade de transformar um espaço público em uma plataforma de diálogo sobre o impacto das fronteiras reais e fictícias nas comunidades”.
A Bienal Mugak/, que traduzido significa “limite” em basco, proporciona um contexto simbólico para explorar o potencial da arquitetura em transcender fronteiras, tanto literais quanto conceituais. Entre outubro e novembro de 2025, a Bienal Mugak/ revelará os três vencedores, cada um interpretando de forma única o convite para imaginar um futuro melhor.
A iniciativa ressalta a importância da colaboração entre diferentes disciplinas e culturas, promovendo um diálogo dinâmico sobre como a arquitetura pode influenciar e transformar a vida urbana, unindo comunidades em torno de ideais compartilhados de inovação e sustentabilidade.
Leia a matéria na integra em: Designboom
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