O Refúgio de Carla Zambelli em Roma: Uma Análise do Contexto e das Revelações
A Via Borghetto di Vara, localizada na Zona Oeste de Roma, revela um cenário curioso e contrastante: uma rua sem saída, típica da classe média alta, que exibe um ar de desolação. É nesse endereço que Carla Zambelli, ex-deputada brasileira, passou cerca de um mês antes de ser encontrada pela polícia italiana, em julho. A vizinhança, marcada pela solidão dos subúrbios europeus, não condiz com a energia vibrante que costuma caracterizar a capital italiana. Aqui, a ausência de comércio e os poucos serviços, além de um shopping center conectado à Via Aurelia, criam uma atmosfera de isolamento.
“Nunca a vi por aqui”, comentou um morador da torre onde Zambelli se escondia. As novidades sobre sua prisão, ocorrida uma noite antes, surpreenderam quem a conhecia. O relato deste residente pode ser um reflexo da vida anônima que a deputada levava neste período fugindo da Justiça.
O Contexto Brasileiro em Roma
A narrativa entorno de Zambelli é inseparável da comunidade brasileira em Roma, notadamente composta por adeptos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse grupo, ainda que pequeno, teve um impacto significativo quando se mobilizou em apoio ao ex-presidente, especialmente durante as manifestações em defesa dele. Embora contassem com menos de cem participantes, suas conexões e relacionamentos com empresários locais são notáveis, predominando mulheres empreendedoras que são presença constante nas festividades da comunidade.
A Residência de Zambelli
O apartamento onde Zambelli foi detida possui 55 m² e ocupa o sexto andar de um edifício destinado, geralmente, a locações de curto prazo. A proprietária, Marcia Valéria Martins Moreira, natural do Rio de Janeiro, está sendo alvo de investigações, embora detalhes formalizados pela polícia italiana não tenham sido divulgados. Antes de sua constatação em ligação ao caso, a empresária atuou como administradora do café Chicco d’Oro, presente em uma das unidades do respeitado hospital pediátrico Bambino Gesù, ligado ao Vaticano.
Com um sócio majoritário com vínculos diretos com a Santa Sé, o café anteriormente operou sob a gestão de Moreira por quase quatorze anos, até seu fechamento. Mídias sociais de Marcia revelam uma inclinação política ao bolsonarismo, embora sem evidências de engajamento fora do ambiente virtual.
Controvérsias e Revelações
Em conversa telefônica, Moreira se mostrou desinformada sobre quem alugou seu apartamento, citando uma corretora e um contrato assinado por um brasileiro. Ao ser questionada sobre a possibilidade de esse indivíduo ser Aginaldo, marido de Zambelli, sua resposta sugere um conhecimento mais profundo do que ela afirma: “Sim, acho que era ele.”
Zambelli, que estava foragida após uma condenação criminal no Brasil, fugiu inicialmente para a Argentina, depois para os Estados Unidos, até encontrar pouso na Itália. A prisão, decretada em junho pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, derivou de uma sentença de dez anos por envolvimento em um esquema de falsificação e invasão de dados relacionados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Sua localização no exterior culminou com a inclusão em uma lista de procurados pela interpol.
A Rota de Fuga e a Comunidade Brasileira em Roma
A busca por um abrigo seguro em Roma veio à tona assim que Zambelli chegou ao país. Seu marido contatou corretores em busca de um apartamento, fazendo uso de documentos que comprovavam sua cidadania italiana. O contexto estava aquecido devido à proximidade do Jubileu, época em que os imóveis eram ainda mais escassos.
Leia-se a influência da influenciadora digital Laiza Castro, que, próxima a Zambelli, promoveu uma campanha de arrecadação para as “famílias patriotas”, mencionando aqueles que foram presos após eventos de violência em Brasília. Castro foi a responsável por recepcionar Zambelli quando esta chegou a Roma.
A permanência de Zambelli no apartamento da Via Borghetto di Vara teve início no final de junho, coincidindo com o lançamento de um novo perfil em suas redes sociais, criado após ter deixado o Brasil.
O Destino de Zambelli
Antes de se estabelecer no apartamento em Roma, Zambelli passou um tempo em Cecchina, município ao sul da capital. Há relatos de que a localidade é residência de uma parente de seu marido, embora a confirmação tenha sido impossível devido à ausência de resposta no contato feito por jornalistas. A rota de fuga de Zambelli constituiu três pontos: Cecchina, o imóvel de Marcia Moreira em Roma, e uma planejada residência em Siena, que, no entanto, nunca foi ocupada devido a sua prisão iminente.
Atualmente, Zambelli tem a assistência de Pieremilio Sammarco, advogado conhecido em Roma, e sua conexão com a complexidade do caso é reforçada pelo fato de que ele também representa Marcia Moreira. A cautela em não se pronunciar publicamente sobre o processo reflete a seriedade das implicações legais e da narrativa que ainda se desenrola.
Com informações de Pedro Tavares, de Brasília.
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