O Mercado Imobiliário em Jundiaí: Desafios e Perspectivas para 2025
O mercado imobiliário em Jundiaí enfrenta um cenário desafiador, apresentando características que diferem consideravelmente do que se observava há alguns anos. A pandemia, que impulsionou o segmento residencial enquanto impactou negativamente o setor comercial, trouxe novos fatores que podem moldar o futuro próximo. Com a expectativa de alta nas taxas de juros e a instabilidade geopolítica, 2025 promete ser um ano morno para ambos os segmentos.
Análise do Cenário Atual
De acordo com Eli Gonçalves, vice-presidente de Comercialização e Inteligência de Mercado Imobiliário da Proempi, a associação que reúne profissionais do setor, o ano de 2025 não deve trazer surpresas significativas em comparação a 2024. Nos primeiros nove meses do ano passado, o volume de vendas foi o menor registrado em quatro anos, com apenas 2,4 imóveis vendidos a cada mil habitantes. Essa tendência sugere que tanto lançamentos quanto vendas devem continuar em um ritmo cauteloso.
A expectativa é de que, assim como em 2024, os empresários do setor adotem uma postura prudente, reduzindo o número de novos empreendimentos. Em 2024, o volume de lançamentos atingiu seu menor patamar em sete anos, com apenas 1,6 unidade por mil habitantes. Essa diminuição reflete uma espera por um ambiente de negócios mais claro e propício para investimentos.
Fatores Externos e Decisões dos Compradores
Eli Gonçalves destaca que um dos principais diferenciais de 2025 será a influência de fatores externos que estão além do controle local, como questões geopolíticas e a economia internacional. Isso implica que tanto compradores quanto investidores devem ser mais cautelosos, refletindo sobre a compra de imóveis, especialmente os disponíveis para entrega imediata, considerando a possibilidade de novas elevações nas taxas de juros para financiamento.
Por outro lado, a compra de imóveis na planta oferece uma alternativa, pois, com obras que podem durar de 2 a 3 anos, há a expectativa de um cenário mais favorável em relação às políticas de juros no futuro.
Mudanças no Comércio Local
A dinâmica do comércio no Centro de Jundiaí também apresenta desafios iminentes. Nos últimos anos, a área tem apresentado uma movimentação negativa, com um aumento significativo no número de imóveis desocupados. Um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) aponta que cidades de médio e grande porte, como Jundiaí, enfrentam um movimento que parece irreversível. As novas tecnologias e ferramentas digitais têm permitido que muitas pequenas empresas operem sem a necessidade de um espaço físico fixo, minimizando o interesse por locais tradicionais. Além disso, a migração de empresas para regiões onde os preços são mais acessíveis tem sido uma tendência crescente.
Eli Gonçalves reforça que a verdadeira questão não reside apenas na migração para o e-commerce, mas na necessidade de revitalizar o Centro da cidade. O fortalecimento do comércio e da ocupação de prédios residenciais deve ser uma prioridade. Ele defende que o espaço central deve ser dinamizado, integrando comércio, residências e atividades que reanimem a área durante todo o dia. Elementos como entretenimento, esporte, educação, cultura, mobilidade urbana e, fundamentalmente, segurança, são essenciais para garantir que tanto moradores quanto comerciantes possam se sentir estimulados a investir e permanecer ali.
Uma Nova Perspectiva para o Futuro
A transformação da região central é vital não apenas para a revitalização do comércio, mas também para a valorização de imóveis residenciais e comerciais. O comércio presencial ainda tem um papel importante, pois permite experiências de compra que a venda online não consegue oferecer. Portanto, é crucial que as cidades, como Jundiaí, busquem um equilíbrio entre o digital e o físico, criando uma infraestrutura que suporte ambos os formatos.
À medida que o mercado imobiliário e o comércio se ajustam a essa nova realidade, o futuro de Jundiaí e de tantas outras cidades depende da capacidade de adaptação de todos os atores envolvidos. Assim, a união de esforços entre empresários, governo e sociedade civil será determinante para enfrentar os desafios e explorar as oportunidades que estão por vir.
Leia a matéria na íntegra em: sampi.net.br
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