A Revolução Cênica de “Maldita”: Quando o Teatro Eleva a Coletividade
A Grécia antiga, com seu circuito de festivais e a adoração a Dionísio, o deus do vinho e do êxtase, exercia um papel essencial na liberação dos atenienses das amarras sociais. Neste ano, o espírito do deus grego ressurge com vigor no espetáculo “Maldita”, uma obra que mistura a tradição teatral com a modernidade vibrante da cultura brasileira.
Imagem: (Reprodução/Internet)
Produzida pela Cia. Cerne, de São João de Meriti, “Maldita” se destaca por sua proposta ousada, que entrelaça elementos do cabaré dos anos 30, chanchadas brasileiras e festas dionisíacas. Em um formato que poderia ser considerado um microsseriado, a peça é apresentada em três atos, revelando uma diversidade de personagens e histórias que capturam a essência da coletividade. Sob a direção e dramaturgia de Rohan Baruck, a Cia. Cerne apresenta um elenco de 22 artistas, todos oriundos da Baixada Fluminense, que se aventuram em várias linguagens performáticas, como música, dança e comédia.
Imagem: (Reprodução/Divulgação)
O espetáculo não é apenas uma exibição de talento; ele é uma celebração da economia criativa e da força da coletividade. O projeto resulta das oficinas de Montagem Teatral e Direção de Arte promovidas pelo Instituto Cultural Cerne, que visa oferecer uma plataforma para novas vozes e talentos da região. A essência do teatro é vivida intensamente na interpretação de um elenco que misto estilos e tradições, apresentando um trabalho que vai muito além da média.
A narrativa de “Maldita” se inspira nas clássicas tragédias gregas, explorando as histórias de Édipo, Sete Contra Tebas e Antígona. A profundidade da trama é equilibrada por uma abordagem didática, tornando as temáticas mais acessíveis ao público contemporâneo. Os figurinos — uma colagem de estilos que vai de bordados a botas e maquiagens exageradas — e a performance dinâmica dos atores, que transitam entre o canto, a dança e a interpretação, garantem uma experiência cênica rica e envolvente.
Imagem: (Reprodução/Divulgação)
Um dos pontos altos do espetáculo é a versatilidade do seu elenco. Ao dominar diversos instrumentos e performar de forma sincronizada, os artistas revelam não só suas habilidades, mas fortalecem o conceito de um teatro que dialoga com a coletividade. No palco, as influências de grupos como Os Melhores do Mundo, o Teatro Oficina e Monty Python são sentidas, mas a Cia. Cerne consegue, ao mesmo tempo, criar uma identidade própria, resultando em um show que é uma explosão de criatividade e talento.
É inegável que “Maldita” traz à tona a discussão sobre o valor do teatro como um espaço de formação e de expressão de novos artistas. A apresentação não só entretém, mas também provoca reflexões sobre a sociedade contemporânea e a importância da cultura na nossa vida coletiva.
Serviço:
Até 2 de fevereiro, no Teatro Municipal Café Pequeno, Leblon (Av. Ataulfo de Paiva, 269)
Sextas e sábados, às 20h; domingos, às 19h.
Imagem: (Arquivo/Arquivo pessoal)
Com uma proposta ousada e inovadora, “Maldita” não é apenas uma peça de teatro, mas uma verdadeira ode à coletividade e à riqueza cultural da Baixada Fluminense. Ao assistir, o público é convidado a mergulhar em um universo onde o riso, a reflexão e a celebração coexistem, relembrando que, assim como na Grécia antiga, o teatro continua a ser um reflexo de nossa sociedade e um espaço para a liberdade de expressão.
Leia a matéria na íntegra em: Veja Rio
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