Salazarsequeromedina apresenta o projeto Sobremesas na XIII BIAU
O projeto Sobremesas é um sistema de mesas modulares que promove encontros comunitários, enfatizando a importância das refeições compartilhadas e das conversas como elementos centrais de troca social e intelectual. A iniciativa participou da 13ª Bienal Ibero-Americana de Arquitetura e Urbanismo (BIAU), que aconteceu em Lima, Peru, em dezembro de 2024. Desenvolvido pelo escritório de arquitetura salazarsequeromedina em colaboração com a Leggett & Cahuas e a equipe curatorial da BIAU, o sistema é concebido como uma infraestrutura pública adaptável.
Diferente dos pavilhões tradicionais, que têm um propósito temporário, o projeto Sobremesas foi idealizado como um elemento aberto, passível de ser reutilizado após a Bienal. O sistema é um protótipo modular construído a partir da madeira Tornillo, obtida localmente. Seu design permite fácil montagem, desmontagem e transporte, oferecendo configurações flexíveis que atendem a diversas atividades, como mercados, festivais, workshops de segurança alimentar, hidroponia, compostagem, refeições ao ar livre e programas educacionais.
Durante a XIII BIAU, as mesas Sobremesas foram utilizadas como suporte para eventos como “Sobremesas: Resiliência Comunitária e Vida Saudável” e “Workshop sobre Segurança Alimentar”. Essas ações destacaram o papel das cozinhas comunitárias da La Red de Ollas Comunes na construção de redes locais e no fornecimento de recursos essenciais. Após a Bienal, os elementos modulares foram doados para a continuidade do uso comunitário no Centro Cultural Comedor Comunal San Martín del Once, em La Balanza, e na Olla Manos Milagrosas, em Manchay.
Todas as imagens são de autoria de Ivan Salinero.
Mesas Sobremesas doadas para cozinhas comunitárias
O projeto Sobremesas foi desenvolvido pelo escritório de arquitetura colaborativa salazarsequeromedina, em conjunto com a Leggett & Cahuas e a equipe curatorial da BIAU. A 13ª Bienal Ibero-Americana de Arquitetura e Urbanismo teve como tema “CLIMAS: Ações para o Bom Viver” e foi organizada por uma equipe baseada em Lima e Madrid, liderada por Gary Leggett, José Luis Villanueva, Luis Rodríguez Rivero, Elizabeth Añaños, María Arquero e Emilio Ontiveros.
A Bienal abordou temas arquitetônicos e urbanos frente aos desafios das mudanças climáticas, com foco no Sul Global. Essa edição em particular destacou iniciativas comunitárias, integrando as atividades de La Red de Ollas Comunes ao seu programa.
A Rede de Cozinhas Comunitárias, La Red de Ollas Comunes, surgiu em Lima para combater a insegurança alimentar em assentamentos urbanos informais. Esses distritos perifericos começaram a se desenvolver após a migração do povo andino, resultando em bairros autoconstruídos que inicialmente careciam de infraestrutura básica. Com o passar do tempo, organizações da base comunitária foram estruturando essas áreas por meio de ativismo e esforços locais. A rede opera através de um ciclo completo de alimentos, incluindo agricultura urbana, hidroponia, preparo de refeições coletivas e compostagem. Durante a pandemia de COVID-19, La Red de Ollas Comunes desempenhou um papel fundamental na manutenção da segurança alimentar.
O sistema foi projetado como um protótipo de uma infraestrutura modular versátil, fabricada com madeira obtida localmente.
Diferente dos pavilhões temporários, as mesas servirão como um elemento infraestrutural que pode ser reutilizado em diversas iniciativas.
A estrutura permite fácil montagem, desmontagem e transporte, adaptando-se a diferentes contextos e necessidades.
Construído com madeira Tornillo, o sistema modular e adaptável reflete a filosofia de design que prioriza a conexão social e o bem-estar comunitário. Com essa abordagem, Sobremesas não apenas promove refeições, mas cria um espaço para diálogos significativos e práticas sustentáveis que beneficiarão a comunidade a longo prazo.
Leia a matéria na integra em: Designboom
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