As construtoras brasileiras reduziram pela segunda vez neste ano sua previsão de crescimento em 2023, conforme divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) nesta segunda-feira (31). O cenário de juros altos e a redução de lançamentos imobiliários foram apontados como os principais fatores para essa revisão.
Inicialmente, a entidade havia projetado um crescimento de 2,5% para o setor neste ano, porém, em abril, a previsão foi alterada para um avanço de 2%. Agora, o crescimento foi novamente revisado para 1,5%, o que representa uma desaceleração considerável em relação aos anos anteriores – em 2022, o setor registrou uma expansão de 6,9%, e em 2021, de 10%.
Segundo a Cbic, o principal desafio para a construção sustentar seu ciclo de crescimento é a taxa de juros elevada. Em coletiva de imprensa, a entidade afirmou que um crescimento de 1,5% é insuficiente para que o setor consiga retomar o pico de suas atividades alcançado em 2013.
Apesar da redução na projeção de crescimento, o índice de expectativas dos empresários do setor continuou apresentando crescimento, alcançando 55 pontos em julho, acima dos 54,3 de junho, porém abaixo dos 57,5 registrados um ano antes. Esse indicador está acima da linha divisória que separa crescimento de redução desde fevereiro deste ano.
O otimismo dos empresários tem sido impulsionado por mudanças nas regras de crédito aos consumidores. A elevação em julho de 42% no orçamento do FGTS para financiamento habitacional, passando de R$ 68,1 bilhões para R$ 96,9 bilhões, foi citada pela Cbic como um fator positivo. Os recursos adicionais serão direcionados para reforçar o programa “Minha Casa, Minha Vida” e a linha de crédito habitacional Pró-Cotista.
A entidade destacou que essa medida é crucial para o mercado, pois proporciona confiança para os lançamentos, sinalizando que não faltará recurso para impulsionar o setor. Além disso, o setor aguarda com expectativa o anúncio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo governo federal, previsto para agosto, e a redução da taxa Selic.
Em tempos de desafios econômicos, as construtoras brasileiras enfrentam um cenário complexo, mas continuam buscando soluções e oportunidades para impulsionar o setor. A busca por alternativas e o otimismo dos empresários são aspectos essenciais para a retomada do crescimento no mercado da construção civil.
*Imagem: Conselho reduz juros e corrige valor de imóveis do Minha Casa, Minha Vida*
Em meio a desafios, é fundamental manter um olhar atento às oportunidades e buscar soluções inovadoras para impulsionar o setor. A confiança dos empresários, aliada a medidas governamentais e alterações nas políticas de crédito, pode ser determinante para a recuperação e o crescimento sustentável da construção civil no Brasil.
Leia a matéria na integra em: CNN Brasil
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