Resenha da Residência Bawada: Um Exemplo de Integração com a Paisagem
A seguir, uma descrição fornecida pelos arquitetos sobre a Bawada Residence.
A Bawada Residence, localizada em uma área rural a apenas dez minutos do centro de Bruges, ocupa um terreno onde antes se erguia o forte de Damme. Essa localização demarca o encontro entre o centro da vila e as vastas paisagens de ‘polder’ caracterizadas pela planície. O edifício anterior no local não mantinha conexão com o ambiente ao redor, o que motivou a necessidade de reposicionar a construção para maximizar os jardins. Com um olhar atento para as áreas verdes e a preservação das árvores existentes, a arquitetura busca fortalecer a relação com o entorno sem sacrificar a privacidade.
O conceito da residência é notavelmente simples, mas traz originalidade. As restrições de construção exigem um telhado inclinado, e os materiais selecionados precisam se integrar ao caráter dos edifícios da vila de Damme, famosa por suas construções em tijolos calcários e telhas marrons ou vermelhas. Para que o edifício apresentasse uma aparência modesta, foi incorporado um “sous-terrain” quase imperceptível do lado de fora. Devido à inclinação do terreno, esse andar subterrâneo aparece apenas como uma espécie de “pedestal” na área de entrada, formando a base do arquétipo do imóvel que se ergue acima.
Com o nível da rua situado abaixo do nível do chão da residência, os interiores se voltam para a rua, onde pastam vacas, enquanto transeuntes curiosos têm acesso apenas a vislumbres limitados do que ocorre no interior.
O uso de concreto moldado no local, com textura de prancha de madeira, forma a base da construção subterrânea. Grandes poços de luz garantem que os cômodos no nível inferior não tenham a sensação de serem “subterrâneos”, permitindo que a luz natural penetre amplamente nos ambientes. As paredes de concreto expostas se estendem pelo interior, confundindo as barreiras entre os espaços internos e externos.
Embora o “sous-sol” (andar inferior) tenha um caráter mais introvertido, uma escada circular conduz ao andar térreo, que exibe uma atmosfera mais extravertida. No piso principal, os espaços são mais abertos e a combinação de materiais simples, mas marcantes, resulta em uma edificação que se funde suavemente ao ambiente. Os materiais quentes utilizados no interior exigem apenas uma atenção discreta, permitindo que os moradores se concentrem nas belezas naturais ao redor.
Leia a matéria na integra em: www.archdaily.com
