Reimaginando Marcos Culturais: Uma Abordagem Local para a Arquitetura no Oriente Médio

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Reenquadrando Marcos Culturais: Uma Abordagem Local para a Arquitetura no Oriente Médio

History of Science Centre / Hoehler + alSalmy. Image © Osama Al Kharusi

A exploração das estruturas culturais no Oriente Médio, projetadas por arquitetos internacionais, frequentemente destaca temas recorrentes como a arquitetura como extensão da paisagem, o design responsivo ao clima e a abstração de formas tradicionais. Esse conjunto de obras muitas vezes integra soluções ambientais de alta tecnologia e formas monumentais que buscam reinterpretar a identidade local. No entanto, essas abordagens representam apenas uma faceta do discurso arquitetônico na região.

Em contraste, uma trajetória igualmente significativa surge a partir de arquitetos locais, que trabalham dentro de estruturas existentes e contextos históricos para criar instituições que se sentem profundamente enraizadas em seu entorno. Essa abordagem prioriza a continuidade, transformação e acessibilidade, garantindo que a arquitetura permaneça uma parte em evolução do tecido cultural, em vez de um objeto isolado.

Shamalat Cultural Center / Syn Architects. Image © Laurian Ghinitoiu
Desert X AlUla 2024 Visitor Centre / KWY.studio. Image © Colin Robertson
Diriyah Biennale Foundation / BRICKLAB. Image © Courtesy of BRICKLAB

Três temas principais emergem dessa perspectiva local: a arquitetura como continuidade cultural, a reutilização adaptativa e a transformação específica do local, e o engajamento público por meio de espaços culturais abertos. Muitos dos projetos destacados enfatizam a continuidade histórica, como o Bait Mohammed Bin Khalifa, que preserva um raro exemplo do modernismo pré-petróleo, ou o Mleiha Archaeological Centre nos Emirados Árabes Unidos, que integra o patrimônio arqueológico à programação cultural contemporânea.

Por outro lado, instituições como a Diriyah Biennale Foundation na Arábia Saudita e a Royal Academy for Nature Conservation na Jordânia demonstram como resíduos industriais e pedreiras podem ser reaproveitados, em vez de serem apagados, para criar espaços culturais significativos. Essas obras ilustram como os arquitetos locais estão moldando marcos culturais que estão profundamente conectados a seus contextos históricos, sociais e ambientais.

Arquitetura como Continuidade Cultural

A arquitetura como continuidade cultural reflete uma abordagem de design que preserva, adapta e estende narrativas históricas, em vez de substituí-las por formas inteiramente novas. Diferente de projetos internacionais que frequentemente abstraem tradições locais, essas obras buscam interagir diretamente com estruturas históricas e tradições espaciais. Com um foco especial na restauração adaptativa e na construção contextualmente planejada, esses projetos mantêm uma conexão com identidades históricas, assegurando sua relevância na vida contemporânea.

Bait Mohammed Bin Khalifa / X Architects + Buro Happold. Image © Fernando Guerra | FG+SG

Reutilização Adaptativa e Transformação Específica do Local

Em oposição a demolições em larga escala, a reutilização adaptativa se concentra em trabalhar dentro do ambiente construído existente para criar espaços culturais significativos. Esses projetos tratam restos históricos ou industriais como camadas valiosas que podem ser integradas à vida contemporânea. A preservação de elementos arquitetônicos chave, enquanto se introduzem novas funções espaciais, oferece soluções sustentáveis e contextualizadas que retêm a memória e a identidade de um lugar.

Diriyah Biennale Foundation / BRICKLAB. Image © Laurian Ghinitoiu

Exemplos dessa abordagem podem ser vistos no Diriyah Biennale Foundation, que reutiliza armazéns desativados em Riyadh, mantendo sua estética industrial enquanto insere programação cultural e áreas de reunião pública. A Shamalat Cultural Center, por sua vez, adapta uma casa de barro tradicional, fundindo a restauração seletiva com materiais contemporâneos para criar um espaço íntimo para produção artística e engajamento comunitário.

Engajamento Público e Espaços Culturais Abertos

Uma característica marcante de muitos projetos culturais projetados localmente no Oriente Médio é a ênfase no engajamento público e na acessibilidade. Esses espaços são projetados para convidar à participação, interação e troca social, muitas vezes borrando as fronteiras entre o privado e o público. Ao priorizar a abertura espacial e a integração com a vida urbana, esses projetos garantem que a cultura permaneça uma parte ativa e em evolução do domínio público.

Desert X AlUla 2024 Visitor Centre / KWY.studio. Image © Colin Robertson

Aquele que se posiciona como uma jornada processional, o Desert X AlUla 2024 Visitor Centre foi projetado para criar uma relação dinâmica entre os visitantes e o ambiente. Similarmente, o Shamalat Cultural Center reimagina uma casa de barro tradicional como um espaço contemporâneo de encontro, focando na narrativa, troca artística e produção criativa.

Esses projetos demonstram que a arquitetura para o engajamento cultural se trata de projetar experiências que convidam à curiosidade e participação, garantindo que as instituições culturais permaneçam espaços vibrantes e abertos que servem suas comunidades.

O futuro da arquitetura no Oriente Médio está claramente definido por suas raízes locais e pela abordagem inovadora que celebra, ao mesmo tempo, o passado e o presente. É uma narrativa rica que continua a se desenvolver, moldada pelas histórias e experiências das comunidades que ela serve.

Leia a matéria na integra em: Archdaily


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