Quem Está Prestes a Investir em Imóveis no Brasil em 2025?

Novas Tendências no Mercado Imobiliário Brasileiro: Um Retrato Atualizado

Uma nova pesquisa, intitulada Raio-X FipeZAP, revelou mudanças significativas no comportamento dos compradores de imóveis no Brasil. Divulgada em 13 de maio, a pesquisa mostra o que realmente motiva ou afasta os futuros proprietários, trazendo uma visão mais realista sobre as expectativas e decisões desse público. Entre as principais informações estão dados sobre idade, renda, objetivos de compra e preferências, evidenciando que, embora o sonho da casa própria ainda exista, a maneira como as pessoas encararam essa compra se tornou mais calculada ao longo do tempo.

Motivos da Compra

O principal objetivo da aquisição de imóveis ainda é para uso próprio. Contudo, o número de pessoas que buscam essa opção caiu para 85%, sendo a menor proporção desde 2019. Já a compra de imóveis como investimento representa 15%, uma das maiores taxas desde o início da série de dados em 2014. Entre os investidores, a geração de renda por meio de aluguéis se mostra como a motivação predominante, afastando-se da antiga visão de valorização e revenda.

Embora a intenção de investir tenha crescido, a proporção de compradores efetivos com esse objetivo caiu para 33%, o que representa uma nova mínima na última década. Esse cenário sugere que o sonho da compra pode esbarrar em preços cada vez mais altos.

Mudança no Comportamento de Negociação

Os compradores também alteraram suas estratégias na hora de negociar. A percepção de que os imóveis estão caros é predominante: 73% dos entrevistados consideram os preços altos ou muito altos. Como consequência, 66% das transações realizadas ocorreram com descontos, com reduções médias em torno de 10% sobre o valor pedido. Apesar disso, a expectativa de valorização para os próximos 12 meses é modesta, estimada em apenas 3,2% nominais.

A Nova Realidade da Habitação Compartilhada

Outro dado relevante é a mudança nas preferências de moradia. Cada vez mais, a prática de morar com outra pessoa se torna a norma. Entre aqueles que compraram recentemente, 62% indicaram esse objetivo, enquanto entre os futuros compradores, 73% concordam. Isso sugere que jovens solteiros estão optando por adiar a compra e, em muitos casos, iniciando com o aluguel. O desejo por uma casa própria continua alto, mas a concretização desse sonho acontece em faixas etárias e de renda mais elevadas.

Perfil do Comprador

A idade média dos compradores está acima dos 50 anos. No último ano, 67% dos adquirentes pertenceram a essa faixa etária, indicando que muitos brasileiros só conseguem realizar o sonho da casa própria em fases mais maduras de suas vidas. Embora existam jovens compradores, eles são a exceção, não a regra.

Preferências por Imóveis Usados

A preferência por imóveis usados também se destacou. Entre os compradores do último ano, 75% optaram por imóveis já existentes, que representam um dos maiores percentuais da série histórica. Mesmo entre os que pretendem comprar, 92% estão abertos ao uso de imóveis usados ou são indiferentes. O novo mercado não perdeu espaço por falta de interesse, mas pela necessidade de um melhor custo-benefício.

Um Mercado em Evolução

O panorama que se desenha revela um mercado imobiliário que, longe de esfriar, amadureceu. O jovem casal que anteriormente buscava seu primeiro apartamento logo após o casamento agora demonstra uma abordagem mais cautelosa — seja em função de estabilidade profissional, prioridade em outros objetivos ou simplesmente em busca de maior significado na aquisição. Comprar um imóvel tornou-se uma decisão estratégica, fundamentada em planejamento e realidade.

A dinâmica do mercado continua ativa, mas a impulsividade foi substituída por uma análise mais cuidadosa. O discurso sobre valorização acelerada cedeu espaço à ideia de uso efetivo. O imóvel, que sempre foi um sonho, agora deve se encaixar nos planos de vida, orçamento e, principalmente, na realidade de cada um.

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