Fundos de Crédito Privado: Uma Análise do Cenário Brasileiro em 2024
Após um 2023 marcado por altos e baixos, os fundos de crédito privado estão se consolidando como uma opção atraente para investidores brasileiros em 2024. Essa perspectiva otimista se deve a uma combinação de fatores, incluindo a busca por segurança por parte dos investidores e os atuais patamares de taxa de juros. No entanto, a cautela permanece no radar, o que pode abrir espaço para oportunidades em segmentos específicos, como o crédito estruturado.
Essas observações foram reveladas em um relatório temático divulgado recentemente pela XP, elaborado a partir de uma pesquisa com gestoras reconhecidas, como Augme, Ibiuna, JGP, JiveMauá e XP Asset. O estudo foi assinado pela analista Clara Sodré e suas colegas de equipe, Camilla Dolle e Mayara Rodrigues.
Desempenho e Retornos Atraentes
Os dados coletados indicam que, no decorrer de 2024, os fundos de crédito privado apresentaram retornos consistentemente superiores ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), especialmente no primeiro trimestre. Até novembro, os fundos de crédito “high yield” acumularam um retorno médio de 123%, enquanto os fundos "high grade" e de liquidez alcançaram 117% e 114%, respectivamente.
A XP também destaca a recuperação na captação desse tipo de ativo. Em contraste com 2023, quando esses fundos enfrentaram um fluxo significativo de saídas, em 2024 a classe de ativos encontrou um novo fôlego, com uma captação total de R$ 140,7 bilhões até 5 de dezembro. Esse crescimento é atribuído não apenas à resiliência dos fundos, mas também à busca crescente por proteção e segurança por parte dos investidores.
Cautela nos Investimentos
Apesar do cenário animador, a seletividade e a cautela na alocação de recursos têm se intensificado entre gestores de crédito. Isso é evidenciado pela elevada proporção de caixa mantida nos fundos, refletindo um ambiente de incertezas. As analistas da XP afirmam que os fundos classificados como “high yield”, que focam em crédito estruturado e possuem horizontes de liquidez mais longos, tendem a apresentar maior resiliência, tanto em relação à sua estrutura de passivos quanto ao alfa (excesso de retorno) gerado.
Estratégias das Gestoras de Crédito
A pesquisa da XP revelou distintas abordagens adotadas por diferentes gestoras na atual conjuntura econômica. A Augme Capital, por exemplo, mantém uma posição de caixa considerável, que varia entre 15% a 40% do patrimônio líquido sob gestão. Essa postura cautelosa reflete uma busca por setores mais seguros e em ascensão, como infraestrutura e energia.
Por sua vez, a XP Asset Management optou por reduzir o prazo médio das carteiras, ajustando a duração de seus fundos D+45 de três para dois anos. Essa medida foi acompanhada de um foco em setores estratégicos, como saneamento e financiamento, aumentando também a exposição ao setor financeiro.
A Ibiuna Investimentos manifesta preocupações sobre a saturação do mercado de crédito e, com isso, adota uma postura cautelosa, mantendo uma duração média de carteira em torno de dois anos. Já a JiveMauá se mostra otimista, apesar de reconhecer os desafios estruturais, preferindo operações com um horizonte de longo prazo. Por fim, a JGP decidiu priorizar passivos de maior duração e reduz suas exposições em setores voláteis, como petróleo e gás, diante das incertezas nos preços das commodities.
Perspectivas para a Indústria de Crédito
De acordo com o relatório, a expectativa de uma Selic elevada por período prolongado resultou na migração de recursos para fundos de renda fixa, que já acumulam captação líquida de R$ 344 bilhões até o momento. O aumento dessa captação está diretamente relacionado ao crescimento nas emissões de crédito privado, que registraram um aumento de 96% em relação ao ano anterior até os primeiros dez meses de 2024.
Essa dinâmica foi favorecida pela diminuição dos “spreads” em variados níveis de rating, permitindo que as empresas se refinanciassem a custos mais baixos. Para 2025, projeções sugerem que a demanda por novas emissões continuará aquecida, embora as condições de captação possam se tornar mais desafiadoras para as empresas.
Assim, a XP conclui que, com base em dados coletados em junho de 2024, as empresas listadas no mercado apresentam alavancagem disciplinada, prazos de dívida estendidos e taxas sólidas de cobertura de juros, fatores que contribuem para um posicionamento relativamente seguro à medida que vão em direção a 2025.
Considerações Finais
Os fundos de crédito privado, diante das flutuações do mercado e das expectativas de juros altos por um período prolongado, demonstram uma capacidade de adaptação, o que os torna uma alternativa interessante para investidores em busca de segurança e retorno em um ambiente econômico desafiador. Com estratégias diversificadas e uma análise cuidadosa dos riscos, gestoras estão se preparando para capitalizar sobre as oportunidades que o próximo ano pode trazer.
Leia a matéria na íntegra em: Investing
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