Pavilhão Brasileiro: Reimaginando a Infraestrutura com Estratégias Ancestrais na Bienal de Veneza

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Pavilhão Brasileiro Conecta Passado e Presente na Bienal de Veneza

Na 19ª Bienal de Arquitetura de Veneza, o Brasil apresenta (RE)INVENÇÃO, uma exposição em duas partes organizada por Luciana Saboia, Eder Alencar e Matheus Seco, do Plano Coletivo. Com uma abordagem crítica sobre infraestrutura e ecologia, a mostra conecta saberes ancestrais da Amazônia com práticas urbanas contemporâneas, ocupando o Pavilhão Brasileiro até novembro de 2025.

Uma Nova Leitura das Estratégias Espaciais Indígenas

Em entrevista exclusiva, os curadores explicam como reinterpretaram essas estratégias indígenas como modelos para as urgências ambientais atuais. “Embora não sejam estritamente arquitetônicas, essas formações terrestres foram reinterpretadas por meio de ferramentas arquitetônicas… proporcionando uma nova leitura de sua inteligência espacial”, afirmam, referindo-se aos vastos geoglifos desenterrados por tecnologia de lidar na Amazônia. A instalação na primeira parte utiliza madeira biodegradável e repousa diretamente sobre o solo, refletindo as relações indígenas com a terra.

Desafios aos Modelos Dominantes de Infraestrutura

A segunda parte da exposição volta-se para o presente urbano, curando estudos de casos brasileiros que desafiam os modelos dominantes de infraestrutura. Os projetos vão desde construções de baixo impacto e acessíveis a sistemas híbridos que operam entre a cidade formal e informal. “Esses exemplos sugerem que a infraestrutura, alicerçada no conhecimento local e nas condições ambientais, pode apoiar uma coexistência mais simbiótica entre as pessoas, os ambientes construídos e os ecossistemas”, compartilham os curadores. Estruturalmente, a exposição incorpora painéis de madeira, pedras contrapeso e cabos de aço, formando um sistema equilibrado, tanto física quanto metaforicamente.

(RE)INVENÇÃO: Visuais Minimalistas e Materiais Adaptáveis

Além da análise histórica e contemporânea, a (RE)INVENÇÃO também aponta para futuros especulativos. “Oferece uma perspectiva poderosa sobre o futuro ao traçar uma linha contínua entre o conhecimento ancestral, as práticas atuais e as possibilidades futuras”, explica o Plano Coletivo. A linguagem visual minimalista da exposição e os materiais adaptáveis são pensados para convidar à reflexão. Sob o tema da Bienal, Intelligens. Natural. Artificial. Coletivo., o projeto argumenta que a IA e os futuros sustentáveis também devem fazer espaço para o conhecimento tradicional e coletivo. “Ao propor que a floresta é um resultado da colaboração entre humanos e natureza, a exposição abre um diálogo crítico entre as inteligências ancestrais e tecnológicas”, acrescentam os curadores.

Um Chamado à Ação e Rethinking na Arquitetura

(RE)INVENÇÃO oferece um chamado à ação. No Brasil e além, desafia as tendências extrativistas da arquitetura e propõe um design como um processo cíclico e relacional. “Alinha-se explicitamente aos princípios do design circular… e sugere uma mudança da arquitetura como objeto para arquitetura como processo — um sistema aberto de relacionamentos, em vez de um produto final estático”, afirmam. Ao posicionar práticas indígenas, locais e informais como formas válidas de inteligência, o pavilhão impulsiona a disciplina a repensar suas prioridades.

Entrevista com o Plano Coletivo

designboom (DB): Como as recentes descobertas arqueológicas na Amazônia influenciaram o design da exposição? Pode compartilhar exemplos de como essas descobertas foram transformadas em ideias ou materiais arquitetônicos?

Plano Coletivo (PL): Essa visão influenciou diretamente o primeiro ato da exposição, que apresenta geoglifos — vastas obras de terra geométricas desenterradas por tecnologias de escaneamento a laser, muitas vezes invisíveis sob o dossel da floresta. Embora não sejam estritamente arquitetônicas, essas formações foram reinterpretadas por meio de ferramentas arquitetônicas como mapas topográficos e desenhos, possibilitando uma nova leitura de sua inteligência espacial. Ao enquadrar essas intervenções antigas como uma forma de paisagismo, a exposição as posiciona como precedentes para um design ambiental sustentável.

DB: A exposição questiona as ideias tradicionais de infraestrutura? Que novas formas ela sugere para conectar infraestrutura com natureza e cultura?

PC: Isso é particularmente evidente na segunda parte da exposição, que apresenta exemplos selecionados de cidades brasileiras que demonstram abordagens alternativas. Inclui construções de baixo impacto, projetos com alta acessibilidade e soluções híbridas que integram sistemas urbanos formais e informais. Esses exemplos sugerem que a infraestrutura, quando fundamentada no conhecimento local e nas condições ambientais, pode apoiar uma coexistência mais simbiótica entre pessoas, ambientes construídos e ecossistemas.

DB: A exposição também fornece uma perspectiva futura? Como?

PC: Sim, a exposição oferece uma perspectiva poderosa ao traçar uma linha contínua entre conhecimento ancestral, práticas atuais e possibilidades futuras. Enquanto uma parte revela como sociedades passadas viviam em harmonia com seu ambiente, a outra analisa práticas urbanas e arquitetônicas atuais que ecoam princípios semelhantes, levando os visitantes a refletir sobre como essas lições podem moldar as cidades do futuro.

Leia a matéria na integra em: www.designboom.com


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