A Crise do Sistema Ferroviário do Rio de Janeiro: Passagens Caras e Vandalismo Crescente
Os usuários do sistema ferroviário do Rio de Janeiro enfrentam uma série de problemas que vão além do preço elevado das passagens. Recentemente, a tarifa foi ajustada de R$ 7,10 para R$ 7,60, gerando descontentamento entre os usuários. A realidade é que, enquanto a cobrança sobe, a qualidade do serviço parece despencar, refletindo um clima de abandono em estações e trens.
Jonas Pereira, um pedreiro que usa o ramal Gramacho para se deslocar diariamente, relata sua frustração com as condições em que viaja. "O trem é o modal mais rápido, mas o serviço não justifica o preço da passagem", declara. Para ele, a insegurança é palpável: janelas quebradas e portas deterioradas têm sido uma constante, criando um ambiente perigoso, especialmente para crianças e idosos.
A SuperVia, concessionária que opera o sistema, se defende afirmando que o ajuste de tarifa está de acordo com um contrato estabelecido com o governo e com o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). A empresa destaca que os passageiros que se enquadram na tarifa social ainda pagam R$ 5,00. Contudo, muitos passageiros acreditam que o aumento não se justifica diante da deterioração dos trens e estações.
Vandalismo Afeta a Experiência dos Passageiros
O vandalismo se tornou uma preocupação significativa para a SuperVia e seus usuários. Em nota, a concessionária reconheceu que os estofados dos trens, janelas e portas são frequentemente danificados, levando a um ciclo de investimento e prejuízo. Recentemente, a SuperVia foi obrigada a substituir estofados por chapas de acrílico, uma medida que visa tanto a contenção de custos quanto a proteção dos usuários.
Historicamente, a situação piorou a ponto de, há um ano, os danos causados por vandalismo resultarem em um prejuízo de R$ 317 mil para a SuperVia. A transformação dos estofados em superfícies duras tem gerado desconforto, além de acumular sujeira, como descreve a comerciante Flavia Almeida: “É muito desconfortável sentar em um banco sem forro”, reclama.
As condições das estações também são alarmantes. Passageiros relataram que escadas rolantes nas estações de Duque de Caxias, Maracanã e São Cristóvão estão fora de funcionamento, exacerbando a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência. Dos 19 pontos do ramal Belford Roxo, apenas quatro contam com adaptações adequadas para esses usuários.
Compromissos Não Cumpridos
Em 2022, a SuperVia chegou a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Rio, prometendo melhorar a acessibilidade das estações. Entretanto, a crise financeira da empresa levou à suspensão dessa obrigação no ano passado, segundo decisão da Justiça.
Adicionalmente, a SuperVia já havia anunciado dificuldades financeiras que a levaram a uma iminente entrega da operação do sistema. Um acordo recente entre a empresa e o governo do estado busca uma nova gestão para a concessionária, com expectativa de transição nos serviços para um novo operador em 2025.
O Lado da SuperVia
Em resposta às críticas, a SuperVia justificou que a manutenção e as reformas estão suspensas por conta das “enormes dificuldades financeiras” que enfrenta. Enquanto isso, a empresa tenta mitigar os impactos com campanhas para conscientizar os passageiros sobre a importância de denunciar atos de vandalismo.
Por meio de afirmações, a concessionária tem ressaltado que cerca de 5.016 casos de danos em visores de portas e 1.093 em assentos foram registrados entre janeiro e outubro de 2024. A SuperVia prometeu aumentar os esforços contra a depredação do patrimônio, utilizando “kits antivandalismo” e incentivando a participação da comunidade.
Conclusão
O cenário do sistema ferroviário no Rio de Janeiro é desolador. Entre tarifas cada vez mais altas e um serviço que claramente não corresponde às expectativas dos passageiros, a SuperVia vive um dilema. A falta de manutenção e os constantes prejuízos provocados por vandalismo complicam ainda mais uma situação já delicada. Com a transição prevista para 2025, a esperança é que a nova gestão possa trazer melhorias reais e resolver os problemas crônicos que afetam os usuários do transporte público fluminense.
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