O que é Arquitetura de Baixa Tecnologia: Uma Comparação entre as Abordagens de Shigeru Ban e Yasmeen Lari.

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Arquitetura Low-Tech: Uma Conversa sobre Sustentabilidade e Inovação Social

A arquitetura low-tech surge como uma resposta significativa às preocupações ambientais e sociais contemporâneas. Em meio a um mundo que se vê cada vez mais afetado por práticas construtivas insustentáveis e dependentes de tecnologias de alto carbono, este conceito propõe uma redescoberta de soluções práticas e adaptadas localmente, que enfatizam o design inteligente em vez de dispositivos energéticos complexos.

O Que É Arquitetura Low-Tech?

A arquitetura low-tech não é uma abordagem retrógrada; pelo contrário, ela abre espaço para inovações que buscam reequilibrar a dependência da indústria em relação à mecanização. Esta proposta valoriza uma arquitetura composta por menos elementos e que minimize a utilização de soluções tecnológicas avançadas, favorecendo materiais com baixo carbono incorporado.

O conceito é adotado por arquitetos ao redor do mundo, reconhecendo seu potencial social, ambiental e ético. Dentre os profissionais que se destacam nesse movimento, Shigeru Ban e Yasmeen Lari se sobressaem, cada um trazendo suas contribuições em contextos distintos.

Shigeru Ban: A Arte de Estruturas Temporárias

Shigeru Ban tem sido amplamente reconhecido por seu trabalho humanitário e de alívio em desastres, utilizando sua expertise em arquitetura para ajudar comunidades em crise. Suas obras, como a famosa Casa de Papel em Yamanaka e a Catedral de Papel na Nova Zelândia, demonstram como materiais simples, como papel e papelão, podem ser usados de forma criativa e funcional.

Catedral de Papel - Shigeru Ban

Yasmeen Lari: Construindo Comunidades Resilientes

Yasmeen Lari, a primeira arquiteta mulher do Paquistão, aplica suas habilidades para desenvolver soluções acessíveis e adaptadas localmente. Suas intervenções iniciais foram motivadas por desastres naturais, mas sua atuação se expandiu para a construção de infraestruturas sociais que atendem as necessidades de comunidades em situação de risco. Lari é conhecida por sua abordagem “barefoot” (descalço), onde ela treina pessoas locais, principalmente mulheres, para construir estruturas sustentáveis utilizando técnicas e materiais vernaculares.

Habitação por Yasmeen Lari

Soluções Simples e Eficientes

Ambos os arquitetos acreditam que a funcionalidade e a simplicidade são fundamentais para o design eficaz. Estruturas complexas podem ser difíceis de manter e adaptar. Em contraste, soluções simples, que não exigem tecnologias avançadas, oferecem respostas mais adequadas às realidades locais.

Por exemplo, as casas temporárias projetadas por Ban são concebidas para serem montadas e desmontadas com facilidade, enquanto Lari utiliza materiais como barro e bambu que são amplamente disponíveis em suas comunidades.

Estratégias Passivas e Materiais Locais

As estratégias passivas de design são uma característica proeminente da arquitetura low-tech. Ban, em seus projetos, frequentemente busca maximizar a ventilação natural e a iluminação, utilizando janelas operáveis e materiais translúcidos. O uso de materiais locais não apenas reduz a pegada de carbono, mas também faz a construção mais acessível para a população local.

Casa de Papel II - Shigeru Ban

Envolvimento da Comunidade

Um dos aspectos mais significativos da arquitetura low-tech é o envolvimento comunitário. Ao trabalhar em estreita colaboração com os moradores, é possível criar soluções verdadeiramente adaptáveis às necessidades locais. O modelo de "empoderamento descalço" de Lari é um excelente exemplo disso: ela treina moradores para construir as próprias casas e centros comunitários, promovendo um ciclo de aprendizado e autossuficiência.

Centro Comunitário - Yasmeen Lari

Conclusão

A arquitetura low-tech, defendida por figuras como Shigeru Ban e Yasmeen Lari, representa uma alternativa sustentável e socialmente responsável às práticas de construção intensivas em carbono. Ao invés de buscar a inovação a qualquer custo, essa abordagem visa encontrar soluções viáveis e adaptáveis que atendam às necessidades reais das comunidades que se propõe a servir. Em última análise, os benefícios vão além do impacto ambiental, promovendo a capacitação e a criação de uma prática arquitetônica mais resiliente e ética.

Leia a matéria na integra em: Archdaily


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