A prefeitura do Rio de Janeiro investiu 4,5 milhões de reais para trazer o renomado Guia Michelin de volta à cidade. Esse montante foi utilizado para a avaliação de restaurantes cariocas pelos inspetores da publicação, que ocorrerá nos anos de 2024, 2025 e 2026. Além disso, mais 1,9 milhões de reais foram destinados para o aluguel e a produção da cerimônia de premiação, que aconteceu no luxuoso Copacabana Palace.
Essa iniciativa busca atrair visitantes de alto padrão para o Rio de Janeiro, oferecendo experiências gastronômicas de alto nível. No entanto, surpreendentemente, a região da Barra da Tijuca não foi mencionada no guia, não contando com nenhum restaurante estrelado ou recomendado. Mesmo sendo conhecida por suas excelentes opções gastronômicas, a Barra ficou de fora da avaliação do Guia Michelin.
Entre os estabelecimentos estrelados da cidade, todos estão localizados na Zona Sul, incluindo renomados restaurantes como Oteque, Lasai, Oro, Cipriani e Mee. Dos sete restaurantes premiados com o Bib Gourmand, atribuído a locais considerados “bons e baratos”, todos também estão na Zona Sul, entre Botafogo e Ipanema. A ausência de reconhecimentos em outras regiões da cidade, como a Zona Norte e a Zona Oeste, levanta questionamentos sobre a abrangência da avaliação do guia.
A exclusão de áreas importantes da cidade na avaliação do Guia Michelin evidencia uma perspectiva limitada e elitista, que não reflete a diversidade da gastronomia carioca. A análise se baseou principalmente na região central e na Zona Sul, deixando de explorar os sabores e talentos presentes em outras áreas da cidade.
A necessidade de uma avaliação mais abrangente e inclusiva, que contemple toda a diversidade gastronômica do Rio de Janeiro, se faz presente. A busca por identidade e autenticidade nas experiências culinárias deve ser valorizada, em detrimento de modelos padronizados e eurocêntricos.
Portanto, é fundamental questionar a abrangência e os critérios adotados na avaliação do Guia Michelin no Rio de Janeiro. A riqueza gastronômica da cidade não se limita a algumas regiões específicas, e é crucial que todas as áreas sejam contempladas e valorizadas por sua contribuição única para a cena culinária local. A transparência e a diversidade devem ser prioridades em futuras edições do guia, a fim de promover a verdadeira representação da culinária carioca.
Leia a matéria na integra em: Veja Rio
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