Novo Procurador-Geral do Rio Recebe Denúncias sobre o Cartão Jaé
Na última semana, o novo procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Antônio José Campos Moreira, tomou posse em um cargo que já traz à sua mesa grandes desafios. O primeiro deles refere-se a uma possível investigação sobre as irregularidades na implementação do cartão Jaé, um novo sistema de bilhetagem eletrônica que promete revolucionar os meios de transporte da capital fluminense.
A solicitação para que o MPRJ conduza uma apuração veio do vereador Pedro Duarte, do partido Novo. Em uma representação formal, Duarte destaca três aspectos principais que merecem atenção: o impacto financeiro do novo sistema na população, a ausência de integração com os modais de transporte estaduais e a recente mudança no controle operacional do sistema para a empresa Autopass.
Impactos Financeiros Diretos para os Usuários
Duarte alega que a falta de integração do Jaé com os sistemas estaduais pode levar os usuários a arcar com custos adicionais significativos. Ao não permitir o acesso à tarifa reduzida do Bilhete Único Carioca (BUC), o sistema pode resultar em um gasto extra mensal entre R$ 126 e R$ 162 por passageiro. Para quem utiliza vários meios de transporte diariamente, essa situação representa um sério ônus financeiro.
O vereador não apenas pede esclarecimentos, mas enfatiza a necessidade de que a Prefeitura do Rio implemente medidas corretivas que possam mitigar os efeitos negativos sobre a mobilidade urbana e o orçamento dos cidadãos. Ele se posiciona firmemente a favor de um monitoramento contínuo por parte do MPRJ, garantindo que a transição do sistema de bilhetagem não sobrecarregue os usuários.
A Questão da Aquisição pelo Grupo Autopass
Outro ponto de controvérsia levantado diz respeito à aquisição do Jaé pela empresa Autopass, que já opera o cartão TOP em São Paulo. Duarte questiona a legalidade e a transparência do processo de seleção da empresa para a gestão do novo sistema, uma vez que se trata de uma concessão pública.
No documento apresentado ao MPRJ, o vereador expressou suas preocupações: “A transferência de controle societário para a Autopass, antes mesmo da conclusão da implantação do sistema, suscita dúvidas sobre os critérios adotados para essa mudança e os possíveis impactos na continuidade e qualidade do serviço prestado.”
Atraso na Implementação do Sistema
Vale ressaltar que a implementação do Jaé também não avança conforme o cronograma inicialmente previsto. A operação do novo sistema de bilhetagem, que deveria ter começado em 1º de fevereiro, foi adiada pelo prefeito Eduardo Paes para 1º de julho. Esse atraso foi motivado por uma série de problemas durante o processo de implementação, que, segundo especialistas, podem afetar a qualidade do serviço oferecido aos usuários.
O Papel do MPRJ e Desdobramentos Futuros
Antônio José Campos Moreira, como novo procurador-geral, agora se vê diante da responsabilidade de investigar essas alegações e garantir que a fiscalização sobre o sistema de bilhetagem eletrônica do Rio de Janeiro seja rigorosa. A pressão sobre ele aumenta com a expectativa de que ele possa trazer clareza e responsabilidade ao processo, levando em conta as preocupações levantadas pelos vereadores e pela população.
O futuro do cartão Jaé e sua implementação se tornaram um tema de debate intenso, e o papel das autoridades públicas na resolução dessas questões será crucial para que a mobilidade urbana no Rio de Janeiro possa, de fato, atender às necessidades de seus cidadãos. Acompanharemos as novidades na investigação e os desdobramentos dessa questão, que afeta diretamente o cotidiano dos passageiros no transporte público.
O que se espera agora é uma resposta rápida e eficaz do MPRJ não apenas para apurar as irregularidades, mas também para promover um diálogo aberto entre a administração pública e a população, a fim de garantir um plano de transporte mais justo, acessível e eficiente para todos os usuários.
Leia a matéria na íntegra em: diariodorio.com
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