Luxo em Novos Endereços: Conheça o L’Unique Lagoa

O projeto imobiliário do L’Unique Lagoa, que ocorrerá no local da última mansão de pedra da Lagoa Rodrigo de Freitas, destombada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal, já traz os preços definidos. Os apartamentos têm valores a partir de R$ 20,4 milhões, e a coberturas duplex custarão, no mínimo, R$ 36 milhões.

Com um custo estimado de R$ 60 mil por metro quadrado, esse projeto é considerado 170% mais caro que a média de Ipanema, determinada em cerca de R$ 22 mil por m². Esse lançamento se ilustra como o mais caro da Lagoa nos últimos anos, com valores que se igualam às transações na Delfim Moreira (Leblon), região que detém o título de área com os imóveis mais valorizados da América Latina.

Um Estilo Único de Vida

Desenhado pelo arquiteto Paulo Guimarães, o L’Unique Lagoa se erguerá em dois lotes: aquele da antiga casa tombada e o vizinho onde funcionava o estabelecido Chico’s Bar, demolido há alguns anos. O projeto prevê apenas 12 apartamentos, com dois por andar, cada um abrangendo 340 m². A cobertura duplex terá uma generosa área de 600 m².

A recepção do edifício será marcada por referências históricas, incluindo um painel inspirado na antiga Fábrica Bangu, que teve um papel significativo na trajetória da família Haddad, atual proprietária do terreno. Os espaços comuns prometem um alto padrão, com o térreo voltado para a rua, em sintonia com os novos conceitos de moradia. A fachada do edifício incorporará elementos que homenageiam a Lagoa, como redes de pescador, remos e ícones como o Cristo Redentor e os Morros Dois Irmãos.

A História da Mansão e a Disputa Judicial

A casa localizada na Avenida Epitácio Pessoa foi construída no final da década de 1930, em um período em que a Lagoa começava sua urbanização. Tombada em 2002, após decreto do então prefeito César Maia, a mansão virou foco de uma longa batalha judicial que durou 18 anos. Durante esse período, outras oito construções baixas ao redor da Lagoa foram igualmente protegidas, incluindo a Casa Museu Eva Klabin.

Os herdeiros do imóvel moveram um recurso, argumentando a falta de relevância arquitetônica do local. Com a decisão do STF, o caso retornou à Justiça do Rio, onde a família protocolou uma petição para retirar o imóvel da lista de bens tombados do IRPH.

Quem são os Haddad?

A família Haddad se destacou nos anos 1990, quando Ricardo Haddad adquiriu a Fábrica de Tecidos Bangu, junto aos bens da família Silveira, antigos proprietários da empresa. Essa transação incluiu mais de 200 propriedades em diferentes bairros da Zona Oeste carioca, como Bangu e Realengo. Nos anos seguintes, Haddad tentou vender a antiga mansão do Dr. Silveirinha, primeiramente para um supermercado e, depois, para uma igreja. Contudo, esses projetos encontraram resistência devido à necessidade de derrubar árvores centenárias, o que levou a um bloqueio do processo, após uma denúncia ao Ministério do Meio Ambiente.

O empresário esteve à frente da fábrica até 2004, quando o negócio encerrou as atividades, mas continua proprietário do imóvel, atualmente alugado para uma administradora que cuida do shopping que opera no local. Além disso, a família ainda possui propriedades no setor têxtil na cidade de Petrópolis.