O Abandono da Mesquita de Jacarepaguá: Fatores Jurídicos e a Comunidade Muçulmana
A mesquita de Jacarepaguá, um espaço que deveria servir como ponto de encontro para a comunidade muçulmana, enfrenta um abandono que levanta questões sobre sua origem e uso. Segundo Mohamed Abdien, algumas razões contribuem para essa situação, principalmente de natureza jurídica.
De acordo com Abdien, o terreno onde a mesquita foi construída não foi adquirido de forma legal, mas sim invadido. Isso significa que, legalmente, as terras pertencem ao município, o que coloca a construção em uma posição vulnerável. Essa questão fundiária pode ser uma das razões pelas quais a sociedade que representa os muçulmanos sunitas no Rio de Janeiro não se mobilizou para reivindicar o uso do espaço.
Na época em que a mesquita foi deixada de lado, a comunidade muçulmana já sentia a falta de um lugar apropriado para se reunir. As orações e reuniões eram realizadas em um centro, que, embora servisse para esses encontros, não atendia às necessidades de um lugar dedicado exclusivamente à prática da fé. A mesquita, como um símbolo de identidade e união, só veio a ser construída anos depois, na Rua Gonzaga Bastos, entre Vila Isabel e Tijuca.
O abandono da mesquita de Jacarepaguá não é apenas uma questão de espaço físico, mas também reflete desafios sociais e culturais enfrentados pela comunidade muçulmana local. A falta de um local permanente pode dificultar a organização de eventos religiosos, a transmissão de ensinamentos e a promoção de uma maior integração social entre os membros da comunidade.
Assim, o futuro da mesquita e de toda a estrutura religiosa que representa permanece incerto, à medida que questões jurídicas e a falta de liderança e mobilização dentro da comunidade se tornam obstáculos adicionais a serem superados.
Leia a matéria na integra em: extra.globo.com