O mercado imobiliário é um dos setores mais importantes da economia brasileira, pois movimenta diversos segmentos, gera empregos e renda, e contribui para o desenvolvimento urbano e social do país. Por isso, é fundamental acompanhar as tendências e os desafios que afetam esse mercado, especialmente em um cenário de incertezas e mudanças provocadas pela pandemia de Covid-19.
Uma das questões que mais preocupam os profissionais e os consumidores do mercado imobiliário é o preço dos materiais de construção, que sofreu uma forte alta nos últimos anos, impactando no custo final das obras e nos valores dos imóveis. Segundo o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), que mede a variação dos custos do setor, o preço dos materiais subiu 25,7% em 2021 e 17,8% em 2022, bem acima da inflação oficial do país.
Essa elevação se deve a diversos fatores, como a escassez de insumos básicos (como cimento, aço, madeira e PVC), a alta do dólar, que encarece as importações, a demanda aquecida por reformas e novas construções, e a falta de planejamento e gestão dos estoques por parte dos fornecedores.
No entanto, há uma expectativa de estabilização do preço dos materiais para o mercado imobiliário em 2024, o que é visto como um ponto positivo para o setor. Essa previsão se baseia em alguns indicadores econômicos e de mercado que apontam para uma melhora do cenário nos próximos meses. Vejamos alguns deles:
– Perspectiva de queda de juros:
A taxa básica de juros (Selic) é a principal referência para o custo de empréstimos e financiamentos no país. Quando ela cai, o dinheiro fica mais barato, o que estimula a economia como um todo e facilita o acesso ao crédito imobiliário. O Banco Central vem reduzindo a Selic desde o final de 2023, quando ela estava em 9,25% ao ano, e promete mantê-la em um patamar baixo em 2024. Isso beneficia tanto os compradores quanto os vendedores de imóveis, pois aumenta a demanda e a oferta no mercado.
– Melhora da economia como um todo:
Além da queda dos juros, os dados e as expectativas de melhora da economia como um todo também desenham um cenário promissor para o mercado imobiliário em 2024. O desemprego medido pelo IBGE ficou em 7,5% em novembro de 2023, menor cifra desde fevereiro de 2015. Já as perspectivas de crescimento do PIB do ano passado estão em 3%, muito acima do que era esperado na virada do ano anterior. Esses números indicam uma recuperação da atividade econômica, da confiança dos consumidores e dos investidores, e da geração de emprego e renda, fatores que influenciam diretamente na decisão de comprar ou alugar um imóvel.
– Estímulo governamental:
Outro fator que pode contribuir para a estabilização do preço dos materiais para o mercado imobiliário em 2024 é o estímulo governamental ao setor. O governo federal anunciou recentemente a prorrogação do programa Casa Verde e Amarela até 2026, com novas faixas de renda e subsídios para a compra da casa própria. Além disso, o governo também sinalizou a intenção de retomar obras paralisadas de infraestrutura e habitação popular, que demandam grande quantidade de materiais de construção. Essas medidas podem ajudar a regularizar a oferta e a demanda no mercado, reduzindo as distorções de preços.
– Riscos do mercado imobiliário em 2024:
Apesar das perspectivas positivas, o mercado imobiliário em 2024 também enfrenta alguns riscos que podem comprometer a estabilização do preço dos materiais. Um deles é o fim da desoneração da folha de pagamento para o setor da construção civil, previsto para dezembro de 2023. Essa medida, que reduz a carga tributária sobre a mão de obra, tem sido um importante incentivo para a geração de empregos e a redução de custos no setor. Caso ela não seja renovada, o preço da mão de obra pode subir, afetando o custo final das obras e dos imóveis. Outro risco é a instabilidade política e social do país, que pode gerar incertezas e volatilidades no mercado, afetando a confiança dos agentes econômicos e o desempenho do setor.
Diante desse cenário, podemos concluir que o mercado imobiliário em 2024 tem boas chances de se recuperar da crise provocada pela pandemia e pela alta dos materiais de construção, mas também enfrenta alguns desafios que exigem atenção e planejamento. Para os profissionais e os consumidores do setor, é importante acompanhar as tendências e os indicadores econômicos, bem como buscar as melhores oportunidades e condições de negócio no mercado.