Saudades Gastronômicas: O Que Os Chefs Recordam Com Amor?
A relação que temos com a comida é muito mais profunda do que o simples ato de nos alimentarmos. Cada prato traz consigo memórias, afeto e, sobretudo, a sensação de união. É em torno da mesa que muitas famílias se reúnem e amigos se conectam, criando laços que vão além do paladar.
Para compreender melhor essa conexão especial, conversamos com chefs e proprietários de restaurantes: “Qual é a sua maior saudade gastronômica? Qual prato, ao vir à sua mente, te faz salivar?” As respostas, conforme esperado, foram repletas de simplicidade e nostalgia, ligadas a viagens e recordações de pessoas queridas. E você, qual é a sua saudade gastronômica?
Memórias de Família
O chef Gustavo Rodrigues, à frente do Sororoca Bar e do Lobozó, em São Paulo, compartilha que sua maior saudade é de um prato simples, mas que guarda uma carga emocional muito forte. “Meu avô, Bruno, que faleceu quando eu ainda era adolescente, sempre preparava um sanduíche de pão francês, presunto e pimentão. Era o ritual de fim de semana em nossa chácara em Parelheiros, onde a família se reunia. Hoje, mesmo que eu tente recriar esse sanduíche, a experiência nunca é a mesma. Faço isso mais para matar a saudade dele do que por causa do lanche.”
Outro relato emocionante vem de Thiago Castanho, também do Sororoca Bar e do renomado Remanso do Peixe, em Belém. Ele recorda as viagens para a casa de seus avós na roça, onde a comida era sempre um motivo de celebração. “Era um momento mágico. Nos meus finais de semana no interior, os avós cozinhavam o que havia no quintal: galinha caipira, pato e jabuti. As lembranças que mais guardo são dessas refeições, ajudando meu avô a preparar tudo”, relembra com um sorriso nostálgico.
Sabores de Outras Terras
Sandro Giovannone, italiano radicado no Brasil e proprietário da Maturameat, destaca uma iguaria típica de sua terra natal que o faz sonhar: a tiella, uma torta salgada de polvo. “Essa é uma lembrança que me traz água na boca. A cada visita à Itália, é a primeira coisa que minha mãe faz para mim. O polvo, que eu mesmo pescava, sempre foi uma parte essencial da minha infância e da minha conexão com o mar”, conta.
Bia Limoni, chef do Pasta Shihoma e sócia do Shihoma Deli, se lembra da comida de casa preparada por sua mãe e avó. “Embora eu não tenha um prato específico em mente, a lembrança de almoços em família sempre traz um calor especial. Afinal, comida caseira é o que realmente abraça”, reflete.
Raízes e Tradições
O chef Márcio Shihomatsu, que comanda o Shihoma e a Shihoma Deli, sente falta das refeições feitas por sua avó, especialmente do bentô, uma refeição japonesa. “As voltas para casa da minha avó eram sempre acompanhadas de um ‘bentozão’. O tempero suave dela sempre trazia carinho e a alegria de estarmos juntos”, conta emocionado.
Já Joey Lim, também do Shihoma, recorda as iguarias fermentadas que experimentava nas montanhas da Coreia. “Nada se compara aos sabores de minha infância ao lado das minhas avós. Sinto falta daquela diversidade e dos aromas únicos”, menciona.
Bruna Martins, dos restaurantes Birosca e Florestal em Belo Horizonte, traz à tona a saudade do forno a lenha. “Meus melhores momentos eram passados em família no sítio. O dia inteiro ao redor do fogão, colhendo ingredientes da horta e fazendo doce de leite, é algo que guardo no coração”, relembra.
Legado Familiar
O chef George Koshoji, sócio-proprietário do Kosushi, recorda com carinho o tempo que passou no Japão, onde aprendeu a arte de fazer sushi. “Na casa da minha tia, com um quintal repleto de peixes secando ao sol, as memórias mais marcantes vêm de uma refeição simples que consistia em peixe assado com arroz e umeboshi. Aquele jantar ainda vive em mim”, reflete.
Dudu Strumpf, à frente da Strumpf Molhos, rememora uma simples salada de frutas que lhe trouxe alegrias na infância. “Durante as férias em acampamentos, a hora da sobremesa era sempre aguardada ansiosamente. Aquela salada de frutas, servida em grandes tigelas, se tornou um símbolo de felicidade e amizade”, diz com um tom nostálgico.
A saudade gastronômica é um tema que toca a todos nós e nos conecta a nossas histórias e raízes. Ao olharmos para nossas memórias à mesa, somos lembrados de que a comida é um poderoso agente de união e afeto, capaz de nos trazer de volta os momentos mais preciosos de nossas vidas. Qual é o seu prato que faz seu coração lembrar?
Leia a matéria na íntegra em: CNN
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