Marvila: O Crescimento Imobiliário e o Novo Hospital que Promete Transformar o Bairro
Marvila, uma freguesia de Lisboa marcada por um passado de desaforos no mercado imobiliário, está agora no centro de uma verdadeira revolução. Muitos moradores já perceberam que as suas casas, antes de valorizações modestas, tornaram-se alvos de interesse crescente. Acácio, um dos habitantes mais antigos da comunidade, observa com expectativa a quantidade de pessoas que continuamente bater à porta para saber sobre a compra ou arrendamento de imóveis: “Estas casinhas têm muita procura. Não são imobiliárias, são mesmo pessoas interessadas em vir para cá”.
Valorização do Mercado Imobiliário
Os preços das casas em Marvila estão em ascensão. Moradores relatam que estão sendo vendidos imóveis por mais de 200 mil euros, com anúncios online chegando a pedir até 300 mil euros por um andar de uma típica moradia desta região. Acácio prevê uma ainda maior valorização, especialmente com a construção do novo Hospital de Todos-os-Santos, cuja inauguração está prevista para 2027. O hospital trará mais de 2.000 empregos para a área, oferecendo um grande impulso à economia local.
Marco Martins, agente imobiliário da MacTown, considera que a escolha desse local para o novo hospital é um “voto de confiança” na potencialidade de Marvila. “Esta zona foi sempre muito discriminada”, afirma, ressaltando a localização estratégica entre o centro da cidade e o Parque das Nações.
Transformação e Desafios do Mercado
A história imobiliária de Marvila é intrinsecamente ligada ao desenvolvimento de bairros sociais, que nas últimas décadas têm se desencadeado em um fluxo de transformação. A empresa Gebalis, responsável pela gestão de habitações camarárias desde o final dos anos 90, permitiu que muitos moradores adquirissem suas casas por valores bastante acessíveis, variando de 20 a 30 mil euros. Agora, após cumprirem o prazo de inibição de venda de 10 anos, muitos estão colocando os imóveis no mercado, algumas vezes por preços que superam os 200 mil euros.
No entanto, essa rápida valorização também traz desafios. “Muitos dizem: vou pagar um balúrdio de imposto sobre as mais-valias. Pois, é normal”, aponta o diretor-geral da MacTown, referindo-se ao custo que os proprietários enfrentam ao vender suas propriedades.
A Resposta da Comunidade e da Junta de Freguesia
António Videira, presidente da junta de freguesia de Marvila, confirma que a venda de casas camarárias está em andamento, e os valores propostos têm sido ainda mais altos, frequentemente ultrapassando os 300 mil euros. Em resposta ao êxodo de habitação pública, Videira destaca o compromisso da câmara municipal em continuar a desenvolver projetos residenciais de renda acessível em três áreas específicas: o bairro da GNR, o bairro dos Alfinetes e o bairro da Flamenga.
Embora os preços dos imóveis estejam crescendo, Videira e Martins concordam que ainda é possível encontrar opções de habitação a preços relativamente razoáveis em comparação ao resto de Lisboa. "Em Marvila, ainda se encontra habitação em condições por um preço que já não se encontra noutros sítios de Lisboa", observa Martins.
Um Paradoxo Imobiliário
A situação em Marvila revela uma dualidade de realidades. “Existem duas realidades”, afirma Martins. Enquanto os novos desenvolvimentos imobiliários estão contribuindo para uma média de preços elevada na freguesia, a verdade é que muitos moradores que têm raízes profundas na comunidade estão buscando maneiras de permanecer na área, mesmo diante do crescimento dos preços. O diretor da MacTown destaca que muitos dos seus clientes estão ligados ao bairro e têm interesse em voltar, após terem saído devido ao aumento das rendas em outras partes de Lisboa.
António Videira acrescenta que a área, que vai da Rua do Açúcar até o Parque das Nações, está em franca transformação, uma vez que novos desenvolvimentos nos setores de artes e indústrias criativas têm atraído bares e novos restaurantes. “Os empreendimentos imobiliários estão sendo desenvolvidos por promotores do segmento de luxo e, por isso, estão a construir com valores muito elevados, na ordem dos 7.000 euros por metro quadrado”, afirma.
O Futuro de Marvila
Ao final, Marvila se transforma diante dos nossos olhos. O novo hospital e as várias iniciativas públicas e privadas refletem não apenas uma mudança nos preços, mas também uma reestruturação social e econômica que pode, por sua vez, fomentar uma nova identidade para o bairro. À medida que o interesse pela área cresce, resta saber como equilibrar desenvolvimento e acessibilidade, para que Marvila continue a ser um lar para todos os que ali habitam. Uma coisa é certa: nos próximos anos, os olhos estarão voltados para essa freguesia que, com a combinação de história e inovação, promete muito mais do que apenas um retorno imobiliário.
Leia a matéria na íntegra em: observador.pt
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