Imóvel do Boi Garantido é Arrematado em Leilão para Quitação de Dívidas

Boi Garantido Perde Imóvel em Leilão por Dívida Judicial

Manaus/AM – Um capítulo triste na história do Boi Garantido se desenrolou com a venda de um de seus imóveis mais simbólicos, que abriga a Universidade do Folclore Paulinho Faria e o galpão de tribos e capacetes da Cibrazem. O leilão, realizado no último dia 11, resultou em um preço de R$ 3.010.000,00 para o imóvel, adquirido por um empresário do setor de construção civil. O comprador iniciou sua oferta com apenas R$ 752.500,00, optando pelo pagamento do restante em 30 parcelas.

A venda do imóvel é uma consequência de uma dívida judicial que envolve a Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido e a odontóloga Rainez da Silva Rocha, relacionada a um empréstimo realizado há mais de duas décadas. O processo foi levado à 3ª Vara Cível de Parintins e, apesar das tentativas de conciliação, não houve acordo entre as partes, resultando na necessidade de leilão.

Vale destacar que, caso o imóvel não tivesse sido arrematado nesta primeira rodada, um segundo leilão já estava programado para ocorrer em 18 de fevereiro de 2025. Nesse novo evento, o preço inicial teria sido de R$ 1.504.346,85, que corresponde a 50% do valor de avaliação do bem.

Além do impacto financeiro, a venda desse espaço simbólico representa uma perda significativa para a cultura amazonense e para a história do Boi Garantido, que ao longo dos anos tem sido um dos pilares das tradições folclóricas da região.

A história do Boi Garantido é rica e cheia de acontecimentos que refletem a luta e a resistência cultural de seus integrantes e admiradores. Com esta venda, surge uma interrogação sobre o futuro da universidade e das atividades culturais que ocorrem neste espaço que, por tanto tempo, serviu como um centro de aprendizado e preservação da cultura local.

A Cultura em Perigo

O leilão ressalta a fragilidade de instituições culturais em face de problemas financeiros e legais. Muitas vezes, essas organizações, que sustentam a cultura e a identidade de um povo, encontram-se em situações difíceis devido a dívidas acumuladas e falta de recursos. No caso do Boi Garantido, as negociações prévias indicam que a situação já era crítica há algum tempo, o que levanta a questão: como as instituições culturais podem se proteger e assegurar sua continuidade?

A resposta pode residir na criação de parcerias com o setor público e privado, além do engajamento da comunidade local. Projetos que visam à preservação do patrimônio cultural e ao fomento das tradições são fundamentais. No entanto, é preciso que haja um compromisso genuíno de todos os envolvidos para garantir que a cultura da região não seja mais uma vítima de dívidas e processos judiciais.

Caminhos a Seguir

À medida que a notícia se espalha, muitos irão se questionar sobre as alternativas disponíveis para reverter esse cenário. A participação ativa da população, o fortalecimento de laços com instituições que promovem o folclore e o suporte do governo devem ser prioridades para que se evite a repetição de casos semelhantes.

É imperativo que a sociedade valorize e proteja o patrimônio cultural de sua região. Do contrário, histórias de riqueza cultural estarão sempre em risco, como demonstra o recente leilão que vendeu parte da herança folclórica do Amazonas.

A continuidade da tradição do Boi Garantido não depende apenas de uma associação, mas de uma rede de apoio que envolva todos—artistas, gestores culturais, empresários e a comunidade em geral. Assim, o desafio que se apresenta se torna uma oportunidade de reflexão e ação em prol da cultura.

Com a venda do imóvel, uma nova fase se inicia para o Boi Garantido e suas tradições. Resta saber como essa fase irá se desenvolver e quais estratégias serão adotadas para garantir a preservação do legado cultural que tanto representa para o povo amazonense.

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