Habitação Social Olímpica em Paris: Uma Nova Perspectiva
A cidade de Saint-Ouen, localizada às margens do rio Sena, está prestes a ser transformada com a construção do novo complexo de Habitação Social Olímpica, que faz parte do projeto da Vila Olímpica e Paralímpica de Paris 2024. Este ambicioso projeto, idealizado pelos arquitetos do escritório SOA (Société d’Opérations Architecturales), é uma resposta contemporânea à necessidade de habitação social em uma área historicamente marcada pela indústria.
Contexto e Proposta
O terreno, que abrigou indústrias do século XIX, passa por uma revitalização para dar espaço a uma nova geração de habitação. O projeto, concebido por Dominique Perrault, apresenta "navios" de grandes dimensões dispostos de forma perpendicular ao Sena, criando uma linha de horizonte compartilhada para cada base. O bloco Belvedere, uma das principais construções, ergue-se no Mail Finot, a principal área paisagística da Vila. Este bloco impressiona com um edifício de dez andares e duas construções menores de cinco e seis andares.
A concepção arquitetônica não só se preocupa com a estética, mas também com a funcionalidade e a sustentabilidade. O uso de uma base urbana monumental de dois níveis conecta os edifícios e abriga um hall de recepção, além de um amplo espaço para armazenamento de bicicletas, promovendo um estilo de vida sustentável.
A Arte na Arquitetura
Uma das características mais marcantes deste projeto é a colaboração com a artista contemporânea Morgane Tschiember, que trabalhou em conjunto com fábricas da AkzoNobel para desenvolver a paleta de cores das fachadas. O objetivo é refletir uma fusão entre o icônico tijolo vermelho de Saint-Ouen e as diversas tonalidades da pele humana. Essa abordagem artística foi aplicada ao conceito de "skin building", que representa a interação entre os materiais e o ambiente urbano.
Estruturas Sustentáveis
Com 6700 m² de área construída, a estrutura foi projetada de acordo com princípios bioclimáticos. As aberturas das fachadas são inteligentemente posicionadas, com grandes janelas voltadas para o norte que proporcionam vistas deslumbrantes do urbanismo circundante. Já as aberturas menores voltadas para o leste e oeste visam garantir privacidade e reduzir a visibilidade em relação aos prédios vizinhos.
Além disso, todos os apartamentos, exceto alguns estúdios, possuem orientações duplas, permitindo que as salas de estar nos cantos se beneficiem de múltiplas e desimpedidas visões, enquanto cozinhas e móveis são dispostos de forma funcional ao longo de varandas generosas.
Conclusão
O projeto de habitação social olímpica não apenas responde à demanda por moradias sociais em Paris, mas também se propõe a criar um espaço onde arte, arquitetura e natureza coexistam harmoniosamente. A construção finalizada para 2024 espera não só abrigar atletas durante os Jogos Olímpicos, mas também servir de exemplo para futuros empreendimentos habitacionais sustentáveis e socialmente integrados em grandes centros urbanos.
Esse projeto destaca a importância de unir inovação arquitetônica e responsabilidade social, contribuindo para um legado sustentável e acessível em Paris. A Vila Olímpica de Paris 2024 não será apenas um espaço para competições esportivas, mas uma nova comunidade urbana que celebra a diversidade e a convivência.
Leia a matéria na integra em: Archdaily
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