Arquitetura Tradicional Ressignificada com Aeroporto Moderno em Butão
O grupo dinamarquês Bjarke Ingels Group (BIG) apresentou o design do novo Aeroporto Internacional de Gelephu, no Butão. Este projeto ornamental não apenas exprime a rica tradição artesanal do país, mas também incorpora inovações arquitetônicas contemporâneas. Com uma estrutura modular de diagrama em grelha feita de madeira laminada, o aeroporto está adornado com intricadas esculturas em madeira típicas da cultura butanesa. Essa obra, que será exibida na Bienal de Arquitetura de Veneza em 2025, ilustra um delicado equilíbrio entre tradições milenares e técnicas modernas.
Um Novo Portal para o Butão
O Aeroporto Internacional de Gelephu será o segundo ponto de entrada internacional do Butão, situado próximo à fronteira com a Índia e o rio Paitha. Abrangendo 68.000 metros quadrados, o aeroporto se torna uma parte fundamental do planejamento mestre da Cidade da Atenção Plena de Gelephu (GMC), elaborada em colaboração com instituições como NACO, Arup e Cistri. Com capacidade para até 123 voos diários e previsão de atender 1,3 milhões de passageiros até 2040, a estrutura deve evoluir para acomodar 5,5 milhões de viajantes até 2065.
Visualizações © BIG
Valorização da Herança Cultural
Ao projetar o aeroporto, a equipe da Bjarke Ingels Group focou em destacar as tradições de entalhe de madeira do Butão. Artistas locais serão responsáveis por criar entalhes que embelezarão a estrutura de madeira, inspirando-se nas veneradas colunas "Kachen" que caracterizam a arquitetura butanesa. Essa abordagem não só celebra o rico patrimônio cultural do país, mas também integra tecnologia moderna. Uma instalação na Bienal de Arquitetura de Veneza mostrará essa fusão entre habilidade artesanal e inovação.
O projeto do Aeroporto Internacional de Gelephu inclui estruturas de madeira modulares que permitem expansão futura e são projetadas para serem desmontadas e montadas à medida que o aeroporto crescer. O telhado contará com painéis fotovoltaicos, alinhando-se ao compromisso do Butão de manter sua pegada de carbono negativa.
Uma Conexão com a Natureza
A equipe da Bjarke Ingels Group também se dedicou a incorporar o meio ambiente natural e os valores culturais do Butão no design do aeroporto. A praça de chegada é dividida em quatro zonas, cada uma dedicada a plantas nativas das florestas circundantes. O terminal, que se assemelha a uma cadeia de montanhas estilizada, integra elementos do design tradicional butanês, incluindo dragões esculpidos em madeira, simbolizando passado, presente e futuro.
A biodiversidade do Butão é central para a arquitetura do aeroporto. Um pátio central, chamado "Forest Spine", divide o terminal entre as seções doméstica e internacional, proporcionando aos viajantes uma conexão tranquila com a natureza. Este espaço verde, que inclui um caminho entre árvores e flora nativa, reflete a ênfase do país em mindfulness e bem-estar.
Uma Experiência de Viagem Atenta
A equipe da BIG planeja criar uma experiência de viagem pautada no mindfulness no Aeroporto Internacional de Gelephu, permitindo que a luz natural invada os espaços por meio de amplas janelas e claraboias. Os viajantes são recebidos por uma entrada de três andares e lounges serenos dedicados à meditação, yoga e atividades de bem-estar. Esses espaços visam reduzir o estresse das viagens, oferecendo momentos de relaxamento antes e depois dos voos.
A experiência do passageiro é uma prioridade no design do aeroporto, com um fluxo intuitivo e eficiente de circulação. Os portões no nível superior e as áreas de varejo e alimentação fornecem vistas impressionantes das montanhas do Himalaia. Além disso, a estrutura de madeira e os telhados ventilados do aeroporto são projetados para responder ao clima subtropical da região, melhorando o conforto e reduzindo o consumo de energia.
Conclusão
O Aeroporto Internacional de Gelephu representa não apenas um avanço na infraestrutura do Butão, mas também um testemunho do respeito pelas tradições culturais e um compromisso com a sustentabilidade. Com um design que harmoniza a tecnologia moderna e a rica herança artesanal, o novo aeroporto promete se tornar um símbolo de conexão, não apenas geográfica, mas também emocional, entre as pessoas e a rica cultura do Butão.
Leia a matéria na integra em: Designboom
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