Reflexões sobre a Imagem do Taxista e a História de um Sobrevivente
Recentemente, uma conversa em um podcast levantou uma provocativa questão: “É possível encontrar um taxista honesto na rodoviária ou no aeroporto?” Minha resposta, baseada em experiências em locais como os Estados Unidos e a Itália, reflete que, sem a correta comunicação, as situações podem ser similares em qualquer lugar do mundo. Embora reconheçamos os problemas que existem, não podemos ceder ao pessimismo. Os taxistas têm um papel fundamental na imagem das cidades, oferecendo informações valiosas aos turistas que chegam. Ignorar essa categoria é um erro grave, especialmente por parte das autoridades do Rio de Janeiro.
Em tempos em que a tecnologia, como GPS, por vezes nos leva a caminhos errados, entrar em um táxi “amarelinho” traz a sensação de segurança e confiabilidade.
O Taxista que Enfrentou o Holocaust
Entre os taxistas que fazem a diferença, destaca-se a história de Alexander Liberman, um judeu polonês que carregava as marcas de uma infância devastada pelo nazismo. Desde cedo, ele e sua família enfrentaram situações aterradoras, como a brutal triagem em que viu sua irmã, ainda bebê, ser fuzilada. A resistência se tornou um meio essencial de sobrevivência; Liberman se uniu a um grupo de combate e, mesmo capturado, passou por diversos campos de concentração.
Liberman sobreviveu a essas atrocidades e, em 1945, foi libertado pelas tropas soviéticas, que mal podiam acreditar que alguém tão debilitado ainda estava vivo. Depois de passar pela Rússia, ele se estabeleceu na Alemanha, onde aprendeu táticas militares depois de ser barrado de imigração em Israel. Eventualmente, chegou à Terra Santa, lutou em batalhas e acabou por começar uma nova vida, casando-se e tendo filhos.
Aos 27 anos, Liberman desembarcou no Brasil, trazendo a esposa e as filhas. Em meio a diversas tentativas de sustento — que incluíram trabalhos como camelô e vendedor — ele encontrou na profissão de taxista uma maneira digna de viver. Transportando passageiros pelas ruas do Rio de Janeiro, Libertman não apenas levava pessoas, mas também uma história de dor e superação.
Uma de suas marcas era uma tatuagem, A18.534, feita em Birkenau, que o lembrava diariamente dos horrores que enfrentou. Liberman faleceu em 2018, mas se tornou um símbolo de resistência e resiliência.
O Charme dos Fusquinhas
Na Zona Norte do Rio, assim como em várias partes da cidade, os tradicionais táxis fusca são verdadeiras relíquias. Com seu design característico e suas cordinhas usadas para fechar as portas, estes carros se tornaram parte da nostalgia carioca e atração para muitos. Há uma emoção ao relembrar os dias em que esses veículos eram uma rotina nas ruas da cidade, oferecendo um toque de história e tradição que se perdeu em meio à modernidade.
A Chegada do Automóvel ao Brasil
A entrada do automóvel no Brasil foi mais do que uma evolução tecnológica; foi um marco social que envolveu personagens ilustres como Santos Dumont, Francesco Matarazzo e até o poeta Olavo Bilac.
Foi em 1891 que Santos Dumont, ainda jovem e curioso, decidiu importar um Peugeot da França, não para si, mas para seu irmão. O veículo rapidamente se tornou uma atração no Rio de Janeiro, onde as ruas ainda eram dominadas por cavalos e bondes. As primeiras impressões dos cariocas ao ver um automóvel eram de espanto e admiração; a cidade estava prestes a entrar em uma nova era.
Entretanto, nem todo momento foi surpreendente e glorioso. O poeta Olavo Bilac ficou conhecido por protagonizar a primeira batida de carro do Brasil, quando, ao pegar emprestado um veículo de José do Patrocínio, acabou se acidentando por falta de experiência e de legislação adequada. O incidente se tornou uma anedota na história do trânsito carioca.
Essas narrativas não apenas destacam o papel significativo dos taxistas e dos automóveis na cultura brasileira, mas também nos fazem refletir sobre como histórias de superação e resistência estão entrelaçadas na rica tapeçaria social do Brasil.
Leia a matéria na integra em: oglobo.globo.com
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