Explosão nos Aluguéis de Londres Faz Residentes Buscarem Habitações Inusitadas

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A Virada no Mercado Imobiliário: A Ascensão dos "Guardiões" em Londres

Nos últimos anos, Londres, assim como muitas grandes cidades ao redor do mundo, tem enfrentado uma escalada nos preços dos aluguéis. Após o retorno das pessoas às metrópoles após a pandemia de COVID-19, os valores de locação subiraram drasticamente, resultando em uma pressão crescente sobre os residentes locais. O aluguel médio na capital britânica alcançou £ 2.220 (cerca de US$ 2.764) por mês, um aumento impressionante de 11,5% em relação ao ano anterior. Além disso, dados do site SpareRoom indicam que o custo médio de um quarto em residências compartilhadas gira em torno de £ 993 (cerca de US$ 1.212).

Esse cenário desafiador tem levado muitos londrinos a novas e inusitadas soluções habitacionais: as chamadas "tutelas". Inspirada em um modelo que surgiu na Holanda na década de 1980, essa prática permite que ocupantes paguem uma taxa menor para viver em propriedades abandonadas, como escolas, pubs e até mesmo catedrais, como é o caso de três moradores que habitam o espaço de um padre em uma catedral no centro da cidade, vivendo em meio a vitrais e a história do local.

A Busca por Alternativas

Arthur Duke, fundador da Live-in Guardians, empresa que conecta ocupantes a imóveis vazios, observa que o número de solicitações para se tornar "tutor" tem aumentado significativamente, especialmente entre pessoas na faixa dos trinta e quarenta anos. A motivação? A crise do custo de vida. Começou a ser vista como uma alternativa viável para quem busca formas mais acessíveis de moradia.

Entretanto, a falta de regulamentação dessa prática levanta preocupações. Os tutores enfrentam menos proteções legais do que os inquilinos e relatam experiências de vida em condições precárias, como a falta de água potável e problemas em estruturas dos prédios. Por outro lado, a demanda por este tipo de moradia continua crescendo.

Luke Williams, um dos "guardiões" que mora em um antigo prédio de escritórios, enfatiza os benefícios financeiros dessa escolha. Ele revela ter economizado "milhares de libras" em aluguel ao optar por essa forma de habitação. Embora goste do espaço e da economia, Williams menciona que essa situação é aceitável sobretudo em função dos altos preços do mercado imobiliário em Londres. Para muitos, a opção de viver em imóveis vacantes tornou-se uma tábua de salvação.

Perfil dos "Guardiões"

Mais de 13.500 pessoas estão atualmente vivendo nessa condição na Grã-Bretanha. Segundo Graham Sievers da Property Guardian Providers Association, houve um aumento no interesse pelos serviços de tutoria, com 50.000 pessoas se candidatando no último ano, um aumento significativo em comparação com 2022. Embora a tutela tradicionalmente atraia jovens, agora está sendo considerada uma solução por um número crescente de pessoas mais velhas.

Entretanto, muitos reconhecem que essa situação não é ideal. A experiência de morar em um ambiente com menos garantias legais e estruturas oftentimes precarizadas acaba se mostrando um risco. Como ilustra o caso de Charley Hullah, um músico que relatou ter deixado uma propriedade por causa da falta de condições dignas, há um sentimento crescente entre os tutores de estar ‘presos’ em um ciclo de precariedade.

Desigualdade e Acesso à Moradia

A crise habitacional em Londres é grave. A cada ano, o governo estima que 300.000 novas casas são necessárias apenas na Inglaterra, mas o ritmo de construção não consegue acompanhar a demanda. O preço médio de casas pela cidade ultrapassou meio milhão de libras (mais de US$ 635.000), tornando ainda mais difícil para os londrinos acessarem propriedades.

Essa realidade leva muitos a enxergar as tutelas como algo mais do que uma opção; elas se tornam essenciais, especialmente para aqueles que lutam para economizar para a entrada de um imóvel próprio. Mavis Alaneme, por exemplo, economizou mais de £ 16.000 durante uma década de tutelas, o que a ajudou a finalmente comprar um apartamento.

Porém, com taxas de licença aumentando e concorrência apertada, o sonho da casa própria continua distante para muitos. Enquanto isso, a situação de quem opta por tutelar as propriedades se torna cada vez mais incerta e caótica, o que demanda um debate mais profundo e urgente sobre moradia e direitos dos inquilinos no Reino Unido.

Com os altos preços e a escassez de opções acessíveis, as tutelas podem servir como uma solução temporária, mas à medida que os desafios do mercado imobiliário persistem, muitos londrinos se perguntam: até quando?

Leia a matéria na íntegra em: www.cnnbrasil.com.br


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