Ocupação Palestina Livre: A Luta por Moradia no Centro Histórico de Natal
Ao se chegar à Praça do Estudante, no coração do Centro Histórico de Natal, um imponente prédio com sua fachada desgastada e indícios de abandono se destaca. O local, que já abrigou a Secretaria Municipal de Tributação de Natal (SEMUT), agora exibe um cenário desolador, mas também de resistência, com bandeiras da Palestina e do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), indicando o renascimento do espaço através da ocupação denominada Palestina Livre.
A História do Prédio
Até 2015, o edifício foi a sede da SEMUL e anteriormente, da Faculdade de Odontologia e Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Após anos de abandono, o prédio encontrou uma nova finalidade com a chegada de famílias sem-teto que buscam abrigo na capital potiguar.
Motivação para Ocupação
Edilma do Nascimento, uma das coordenadoras da ocupação, explica que a decisão de ocupar foi impulsionada pelo estado de abandono do imóvel e pela urgência das famílias sem casa. “Creio ser justo ocupar prédios e casas vazias que não oferecem benefício social, para que essas famílias tenham um teto para chamar de lar”, afirma Edilma.
A Voz das Famílias
Os moradores que se juntaram à ocupação buscam uma alternativa ao aluguel, que se tornou inviável para muitos. Edilma menciona um exemplo recente: “Uma mãe com criança que se separou do marido e teve seu benefício do Bolsa Família cortado se uniu a nós após perder o aluguel.” Essa situação ilustra a realidade de muitos que chegaram ao local em busca de estabilidade.
Visita à Ocupação
Na terça-feira (9), nossa equipe visitou a Palestina Livre, onde os moradores ainda estavam organizando o prédio de dois andares. O processo de limpeza é árduo, com a equipe lidando com sujeira acumulada e entulho; o térreo é o único espaço utilizável até o momento. Os espaços são demarcados com fita para que cada família tenha sua área.
Histórias de Luta
Cristina Silva, que participa da ocupação há cinco anos, revela a sua jornada até aqui. Ela vivia em um quarto com as crianças na casa da avó e enfrenta dificuldades para encontrar emprego. “A gente luta por um sonho que, como qualquer família, queremos realizar”, reflete.
Outro integrante, identificado apenas como L.E, que trabalhou como ASG, reiterou a necessidade de moradia digna: “Moradia não deveria ser um mercado. É um direito básico.” Josineide de Lima representa seu filho na luta por um lar, conscientizando-se da realidade cruel de pessoas sem abrigo.
Cozinha Coletiva e Solidariedade
O espírito de comunidade se reflete na cozinha coletiva, que serve refeições aos moradores. “As crianças comem primeiro e depois os adultos se servem. A maioria das doações vem de feiras, e praticamos uma alimentação simples, mas solidária”, explicam os coordenadores.
Déficit Habitacional em Natal
De acordo com a Fundação João Pinheiro, Natal enfrenta um déficit habitacional de mais de 45 mil moradias, uma realidade alarmante que impulsiona ações como a ocupação Palestina Livre. “Escolhemos prédios históricos para levantar questões sobre o direito à cidade e a necessidade de preservá-los,” destaca Michael Castro, membro da coordenação do MLB.
Mobilizações e Apoio
No dia 7 de setembro, a ocupação Palestina Livre se somou a uma série de manifestações em 15 estados com o mesmo objetivo: reivindicar moradia digna. Michael Castro esclarece a dificuldade de negociação de imóveis que, inicialmente, parecia favorecer a iniciativa privada em vez de movimentos sociais, tornando a luta ainda mais desafiadora.
Uma Parceria pelo Direito à Moradia
O MLB conta com apoio de diversos parceiros, incluindo o Coletivo Habitat Popular, que ajuda a discutir a importância da habitação nas áreas centrais da cidade. A professora Amíria Brasil, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFRN, reforça que a moradia popular é essencial para trabalhadores que dependem da infraestrutura já existente em locais centrais.
A mobilização continua em busca de soluções habitacionais para aqueles que mais precisam, evidenciando a luta diária por dignidade e um teto seguro para todas as famílias envolvidas na ocupação.
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