Executivos do mercado imobiliário afirmam que aperto de crédito sinaliza o fim de juros elevados.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros – a Selic – em 13,75% ao ano, em sua quinta decisão seguida pela manutenção da taxa. Essa decisão, unânime entre os membros do Copom, mantém a taxa no maior nível desde dezembro de 2016.

Essa manutenção da Selic em patamares elevados está impactando diretamente diversos setores da economia, como o mercado imobiliário. Durante o debate “Desafios do setor de Real State em mercados de capitais em 2023”, promovido pelo Inter em São Paulo, executivos do setor compartilharam suas preocupações e perspectivas.

Roberto Perroni, head de Real Estate da Brookfield, destacou os investimentos feitos pela empresa no setor de escritórios, evidenciando o aquecimento do mercado com a volta do trabalho presencial. A região da av. Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, foi citada como exemplo de sucesso, com vacância zero e aumento no valor do metro quadrado no aluguel.

No entanto, Perroni ressaltou que o crescimento do setor imobiliário depende diretamente da redução da taxa de juros, o que impulsionaria os investimentos e a rentabilidade no mercado. A esperada queda dos juros também é aguardada no setor de fundos imobiliários, como destacou Carlos Martins, sócio da Kinea, que salientou a importância desse movimento para a atratividade dos fundos de renda fixa.

Luiz Antonio França, presidente da Abrainc, enfatizou a necessidade de aumentar o crédito disponível e sugeriu subsídios adicionais para famílias de renda mais alta, visando estimular o mercado imobiliário. Esta medida, aliada à redução da taxa de juros, poderia impulsionar a capacidade de compra e expandir o acesso à moradia para mais famílias.

Na logística, os investimentos estão em ascensão, com oportunidades significativas em diversas regiões do país, conforme destacado por Sérgio Fischer, CEO da Log Commercial Properties. Fischer ressaltou a importância do investimento privado nesse setor para suprir as demandas existentes e promover o crescimento com qualidade, mesmo diante da Selic alta.

Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, mediadora do debate, apontou que a queda da Selic é aguardada para o segundo semestre deste ano, conforme as expectativas do mercado. Ela enfatizou a importância de uma taxa mais baixa para favorecer a inclusão de famílias no mercado imobiliário, aumentando o acesso ao crédito e impulsionando a economia.

O comunicado do Copom ressaltou a preocupação com a crise dos bancos no exterior, a piora do cenário externo e interno, e a pressão inflacionária persistente. O Comitê seguirá acompanhando o cenário inflacionário global e não descartou a possibilidade de retomar o ciclo de alta caso a manutenção da taxa não seja eficaz no controle da inflação.

Diante desse cenário, a expectativa do mercado é que a redução da Selic seja um fator determinante para impulsionar o setor imobiliário e estimular os investimentos, contribuindo para o crescimento econômico do país. A queda dos juros é aguardada com otimismo pelos diversos segmentos afetados e pode representar um novo ciclo de oportunidades e desenvolvimento.

Leia a matéria na integra em: CNN Brasil


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