Escolas Reintroduzem Brincadeiras Tradicionais para Fomentar a Convivência Social Após Proibição de Celulares

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A Revolução do Silêncio: Como a Proibição de Celulares Está Transformando as Escolas no Brasil

Desde o início de 2024, uma mudança significativa na dinâmica escolar se espalha pelo Brasil, com a implementação da Lei Federal 4.932/2024, que proíbe o uso de celulares nas escolas. Essa legislação, que se aplica tanto a instituições públicas quanto privadas, estabelece que os aparelhos só poderão ser utilizados em contextos pedagógicos e com a supervisão de um professor. O intuito é criar um ambiente de aprendizado mais focado e equilibrado, longe das distrações que o uso indiscriminado de smartphones pode gerar.

Um Olhar sobre os Resultados

A nova regra já está em vigor nas escolas municipais do Rio de Janeiro, onde iniciativas relacionadas à legislação têm demonstrado resultados notáveis. Colégios da cidade estão reintroduzindo atividades lúdicas tradicionais, como jogos de tabuleiro e esportes coletivos, num movimento para promover a interação social entre os estudantes. Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, a proibição dos celulares trouxe melhorias notáveis na concentração e no desempenho acadêmico dos alunos, refletindo um aumento de 53% nas chances de estudantes do 9º ano alcançarem níveis adequados de aprendizado em matemática.

Os educadores da rede municipal relatam que essa medida não apenas trouxe benefícios acadêmicos, mas também deixou os intervalos muito mais vibrantes e interativos. Marilane Bonzoumét, diretora do Ginásio Educacional Tecnológico Jean Mermoz, observou que os alunos agora se envolvem em atividades saudáveis, como jogos e oficinas de pintura, fazendo com que os momentos de intervalo sejam mais produtivos e sociais.

A Missão de Recriar Conexões

Essa transformação na educação básica brasileira alinha-se com as recomendações feitas pelo Relatório Global da Unesco, que estabelece a relação entre o uso excessivo de celulares e a deterioração do bem-estar emocional e do desempenho escolar dos alunos. O decreto nº 53.918, assinado pelo prefeito Eduardo Paes, já foi aderido por cerca de 62% das escolas, e as evidências de seu impacto positivo não param de crescer.

Dentro das salas de aula, o uso de celulares agora é focado exclusivamente em atividades educativas, como videoconferências e projetos que envolvem aplicativos educativos. A intencionalidade de utilização do smartphone garantiu que as crianças se tornassem mais concentradas e focadas, conforme citou Marilane Bonzoumét, que também notou a redução do cyberbullying entre os alunos, idealizando um ambiente escolar mais saudável.

Arthur dos Santos, um estudante do 4º ano, expressou sua satisfação com a nova dinâmica: “Se pudéssemos levar celular, nossa atenção nas aulas seria muito ruim. O colaboratório é muito melhor do que o celular”, afirmou, destacando como as novas abordagens de aprendizado são mais engajadoras e menos distrativas.

Iniciativas nas Escolas Privadas

As instituições de ensino privadas também estão ajustando suas práticas pedagógicas para atender à nova regulamentação. O Grupo Salta Educação, que gerencia colégios como o pH e o Pensi, lançou programas como “Conecte-se ao que importa”, que visam equilibrar o uso da tecnologia e enfatizar interações presenciais.

Pedro Rocha, diretor de ensino do Pensi, destaca a essencialidade dessa mudança: "Estamos criando um ambiente colaborativo que transforma a escola em um espaço de desenvolvimento integral”, reforçando que a regulamentação vai além de uma simples disciplina.

Estruturando um Novo Paradigma

No Colégio Qi, por exemplo, o projeto “De volta ao básico” tem como objetivo revitalizar brincadeiras tradicionais que fomentem habilidades sociais e motoras entre os alunos. A filosofia é similar nos demais colégios da rede, que buscam resgatar o prazer das interações interpessoais através de atividades que promovem a colaboração, a comunicação e o respeito mútuo.

Na Creche Bom Tempo, a proibição de celulares é estendida também aos professores, que guardam seus aparelhos a fim de criar um ambiente focado nas necessidades das crianças. Mariana Pierotti, diretora da instituição, acredita que essa prática é vital para garantir que a atenção esteja totalmente voltada aos alunos e suas interações.

Mariana Faner, professora do pré I, reforça essa visão ao afirmar que, mesmo enfrentando desafios no início, a experiência sem celulares tem enriquecido sua relação com as crianças e melhorado seu próprio foco e bem-estar.

Conclusão

Assim, a proibição dos celulares nas escolas brasileiras se revela como uma abordagem inovadora e necessária, não apenas diminuindo distrações, mas também resgatando brincadeiras tradicionais e fortalecendo laços entre os alunos. À medida que essa nova lei se consolida, o desafio permanece: como manter essa atenção em um mundo tão conectado. O que se nota, até agora, é que a mudança é bem-vinda, e o retorno às interações pessoais é um passo significativo na construção de uma educação mais humana e colaborativa.

Leia a matéria na íntegra em: oglobo.globo.com


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