Pavilhão da França é inaugurado na Expo 2025 em Osaka
O Pavilhão da França, projetado pelos escritórios Coldefy e CRA–Carlo Ratti Associati, foi concebido como um espaço permeável e performático, que os arquitetos descrevem como um “teatro da vida”. Situado próximo à entrada principal da Expo em Yumeshima, o edifício possui um design em camadas que funciona como um limiar e um espaço de encontro, marcado por uma impressionante escadaria revestida em cobre. Esta característica escultural não só faz parte da fachada do pavilhão como também incentiva a circulação no espaço público, serpenteando pelo interior do pavilhão e se tornando uma plataforma de observação elevada.
O edifício de 3.600 m² é ainda envolto em cortinas de tecido suspenso, que alcançam 17 metros de altura, proporcionando um jogo dinâmico à fachada em resposta ao vento e à luz. Um teto formado por hastes de acrílico suspensas filtra a iluminação natural, adicionando um caráter efêmero ao ambiente. Assim, os visitantes são convidados a observar e interagir, navegando por uma série de transições espaciais que ressaltam a relação entre a atividade humana e o ambiente construído.
Fotografia: Julien Lanoo © Coldefy & CRA-Carlo Ratti Associati
Coldefy e Carlo Ratti criam um ‘teatro da vida’
A proposta de proporcionar uma experiência única é intencional. “Tanto atores quanto espectadores nesta produção, os visitantes atravessam um caminho pelo pavilhão que expressa a simbiose entre a humanidade e seu ambiente,” explica Thomas Coldefy, do estúdio francês Coldefy. “Acima de tudo, o design busca criar um espaço acolhedor que seja aberto e acessível a todos.” A escadaria, frequentemente considerada um elemento interno, aqui é externalizada, desfocando as fronteiras entre o dentro e o fora, o individual e o coletivo. Ao mesmo tempo, a escada também simboliza o tema mais amplo da Expo 2025 em Osaka: Desenhando a Sociedade do Futuro para Nossas Vidas.
A prática italiana CRA–Carlo Ratti Associati emoldura o projeto dentro do contexto do discurso arquitetônico atual. Em um momento em que a relevância das exposições universais está sendo cada vez mais debatida, o pavilhão responde com uma combinação de monumentalidade e uma investigação sutil de forma e função. “Devemos buscar novas formas de imaginar a relação entre o natural e o artificial,” destaca Carlo Ratti, “combinando diferentes formas de inteligência, sejam orgânicas ou tecnológicas, para redefinir as conexões entre as pessoas e seus ambientes.”
O Pavilhão da França é enxergado como um espaço permeável e performático.
O pavilhão poroso equilibra fechamento e exposição
A questão do equilíbrio, que oscila entre a escala monumental e a sutileza, o fechamento e a exposição, permeia todo o conceito do Pavilhão da França. A escolha dos materiais, desde a escada de cobre polido até as cortinas diáfanas, confere ao edifício tanto presença quanto impermanência, permitindo que se destaque enquanto permanece permeável. O pavilhão ainda se propõe como uma estrutura em aberto que se adapta aos movimentos dos visitantes, encorajando interações espontâneas e destacando a experiência em vez do objetificado. Ao fazer isso, alinha-se aos esforços mais amplos de repensar o papel dos pavilhões nacionais em eventos globais, especialmente ao demonstrar o papel da arquitetura como uma plataforma de diálogo e um palco para a vida humana.
Projeto assinado por Coldefy e CRA–Carlo Ratti Associati.
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