Cenário Alarmante: Patrimônio Histórico em Risco no Rio de Janeiro
O estado de conservação dos prédios históricos no Rio de Janeiro tem chamado a atenção da mídia, com reportagens constantemente destacando o tema. O DIÁRIO DO RIO relatou casos trágicos, como o desabamento de um imóvel nas proximidades da Central do Brasil em 20 de março, resultando em uma fatalidade. Dias antes, um antigo casarão também desabou na Lapa.
Em uma entrevista com o restaurador Marconi Andrade, fundador do grupo SOS Patrimônio, diversas questões surgiram, incluindo os riscos que esses imóveis enfrentam, a atuação da Prefeitura e a necessidade de valorização da cultura e preservação patrimonial.
Marconi Andrade. Arquivo pessoal
DIÁRIO DO RIO: O levantamento feito pelo grupo SOS Patrimônio fala em até 750 imóveis com risco estrutural no Centro do Rio de Janeiro. Há uma ideia sobre a situação do patrimônio histórico em outras áreas da cidade?
Marconi Andrade: Nós do SOS Patrimônio estimamos que mais de 1.500 imóveis estão em condição precária em toda a cidade. Isso inclui diversos locais, não só a Zona Sul ou o Centro. Regiões como Jacarepaguá são ainda mais preocupantes, sem dados precisos sobre a situação.
DIÁRIO DO RIO: Esses imóveis com risco estrutural são, em sua maioria, públicos ou privados?
Marconi Andrade: A maioria pertence ao setor privado. Ficamos surpresos ao descobrir que havia 37 imóveis em estado precário nas imediações da Central do Brasil. A responsabilidade é dos proprietários privados.
DIÁRIO DO RIO: A preservação do patrimônio histórico no Rio é frequentemente discutida após tragédias. Como mudar essa mentalidade?
Marconi Andrade: A questão é que a preservação é tratada com indiferença até que ocorra um desastre. Somente com políticas efetivas de valorização e preservação poderemos evitar novas tragédias. Atualmente, não existem políticas públicas que favoreçam essa causa.
DIÁRIO DO RIO: Existem exemplos de cidades, no Brasil ou fora, que possam servir de inspiração para o Rio de Janeiro?
Marconi Andrade: Definitivamente. Países como Peru e Colômbia têm se destacado pela valorização do seu patrimônio. O Peru, por exemplo, atrai turistas com suas civilizações pré-colombianas e a restauração de seu patrimônio cultural. A Colômbia e o México também são referências, mostrando que a valorização pode levar a um turismo cultural significativo.
DIÁRIO DO RIO: Recentemente, vereadores propuseram intervenções da Prefeitura em terrenos abandonados. Isso é suficiente? O que não pode faltar na Audiência Pública do próximo dia 24 de abril?
Marconi Andrade: As propostas são boas, mas sabemos que a implementação efetiva é desafiadora. Projetos como o Corredor Cultural começaram bem, mas sem continuidade e fiscalização adequada, acabaram se perdendo. É crucial que a Câmara crie leis que realmente possibilitem a preservação e a valorização do patrimônio histórico.
DIÁRIO DO RIO: Quais são as principais dificuldades na preservação do patrimônio histórico no Rio?
Marconi Andrade: As causas são diversas, incluindo a falta de recursos dos proprietários e a alta custo das restaurações. Há também uma carência de mão de obra e a ausência de incentivos do Estado. É fundamental que as pessoas compreendam a importância histórica desses edifícios, pois isso pode ser financeiramente benéfico para todos.
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