Reforma Controversas na Casa de Praia de Jair Bolsonaro em Angra dos Reis

A reforma na residência de praia do ex-presidente Jair Bolsonaro, situada em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, gerou polêmica ao envolver um empreiteiro que, em um único mês, venceu licitações de quase R$ 17 milhões em contratos vinculados ao governo do governador Cláudio Castro.

Renato de Araújo Corrêa, o empreiteiro em questão, atuou na coordenação da obra. Vizinhos relataram a presença frequente de Renato na propriedade, especialmente durante a transição de ano, onde o notaram orientando os operários. “Ele agia como se fosse o chefe deles”, comentaram.

Em um vídeo feito durante um evento em Angra, Bolsonaro, ao lado de Renato, mencionou que o empresário estava “pagando” pela reforma, ressaltando que sua casa era diferente de um imóvel anteriormente envolvido em investigações de corrupção. A declaração gerou novos questionamentos sobre as finanças da obra.

A Versão de Renato

Renato Corrêa se defendeu perante a imprensa, afirmando que a reforma foi realizada por uma empresa terceirizada e que Bolsonaro pagou todos os custos, garantindo ter notas fiscais para comprovar a execução do serviço. Ele, no entanto, não conseguiu recordar o nome da empreiteira contratada, alegando que era um nome “um pouco complicado”.

O empreiteiro afirmou ter ido ao local para atuar como “fiscal” e que toda ajuda dada se deu na qualidade de amigo. Por fim, admitiu ter mobilizado seus funcionários para concluir a obra, sem explicar por que isso não foi feito pela empresa inicialmente contratada.

Com cerca de 700 metros quadrados, o imóvel em questão passou por uma série de melhorias, incluindo troca de piso e telhado, reforma de esquadrias, quebra de paredes, reconstrução de um muro e pintura completa. Prévia à reforma, a casa estava avaliada em aproximadamente R$ 1 milhão.

Bolsonaro já declarou que possui todas as notas fiscais relacionadas à reforma, mas ainda não se sabe o custo total da revitalização, nem a participação de cada empresa na obra.

A Relação com o Aeroporto de Angra

As empresas de Renato também estiveram envolvidas na reforma do aeroporto de Angra dos Reis, um projeto que o ex-presidente frequentemente menciona como um possível “Caribe brasileiro”. A ampliação da pista de pousos e decolagens foi iniciada com o anúncio do então ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que prometeu um investimento de R$ 26 milhões.

Entretanto, a verba federal não foi liberada conforme o esperado, levando o governo de Castro a utilizar recursos próprios. O consórcio vencedor da licitação acabou se desqualificando por considerações financeiras, resultando em um “retorno” do consórcio eliminado através de ajustes de propostas.

Contratos Relevantes

Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, as empresas de Renato conquistaram contratos significativos, como a reforma de um hangar na Lagoa Rodrigo de Freitas e a revitalização do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, totalizando mais de R$ 17 milhões. Curiosamente, a empresa utilizada nessas obras foi registrada em nome da esposa de Renato, com um nome comercial semelhante ao da sua construtora.

Renato, cuja trajetória como empreiteiro teve um início humilde, ganhou notoriedade ao estabelecer relações próximas ao clã Bolsonaro, sendo até mencionado como um possível pré-candidato à Prefeitura de Angra.

Desdobramentos Politicamente Sensíveis

A reforma do aeroporto foi marcada por disputas e questionamentos sobre legalidade e execução. As dificuldades foram amplificadas pelo ambiente político, onde contratos foram debatidos e mantidos sob rigorosa observação do público e da Justiça.

Além disso, uma recente operação policial teve como alvo membros da família Bolsonaro, levantando suspeitas sobre possíveis interferências e tentativas de esconder provas relacionadas a ausências em compromissos. Renato também se viu envolvido nessa narrativa, sendo o proprietário de um jet ski que chamou atenção durante a ação.

Opiniões e Especulações

As atividades de Renato, que expandiram seu negócio de pequenas obras para projetos de grande escala, instigaram questionamentos sobre a ética e a transparência dos contratos firmados com o governo. A intersecção entre a política e os negócios se tornou um foco de análise, especialmente em um cenário tão polarizado e observador.

As revelações a respeito da reforma da casa de Jair Bolsonaro e a implicação da empresa de Renato em múltiplos contratos ressaltam a necessidade de um escrutínio contínuo e a abertura para discussões sobre a relação entre privados e públicos nas esferas de poder brasileiras.

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