O Grupo Evergrande, uma das maiores incorporadoras da China, entrou com pedido de proteção contra falência nesta quinta-feira (17), deixando o mercado imobiliário do país em estado de alerta. A empresa acumulou uma enorme dívida de mais de R$ 1,7 trilhão no final do ano passado, o que equivale a cerca de 2% do PIB chinês.
O pedido de proteção foi feito por meio do “Chapter 15”, uma lei norte-americana que lida com processos de recuperação judicial internacionais. Esta movimentação da Evergrande gerou uma crise no mercado imobiliário da China, afetando também outras incorporadoras do país, como Kasia, Fantasia e Shimao Group.
Além disso, a inadimplência da Evergrande em 2021 resultou na perda de US$ 81 bilhões de acionistas entre 2012 e 2022, contribuindo para a situação econômica delicada enfrentada pela empresa. Diante desse cenário, a empresa revelou um plano de reestruturação de dívidas, considerado o maior da história da China.
Este plano de reestruturação prevê a volta às operações normais da Evergrande nos próximos três anos, mas exigirá um financiamento adicional significativo, estimado entre US$ 36,4 bilhões e US$ 43,7 bilhões. A empresa também alertou para o risco de fechamento de sua unidade de veículos elétricos sem novos investimentos.
Para aliviar a pressão da dívida, a Evergrande já conseguiu financiamentos importantes. Recentemente, a NWTN, uma empresa automobilística sediada em Dubai, anunciou um investimento estratégico de US$ 500 milhões no grupo EV de Evergrande, adquirindo uma participação de cerca de 28%.
Ainda assim, a situação da empresa continua delicada e gera preocupações no mercado financeiro. Outras gigantes imobiliárias chinesas, como Country Garden, já sinalizaram a possibilidade de adotar medidas de gerenciamento de dívida, evidenciando a instabilidade no setor.
É importante ressaltar que a Evergrande atua em diversos setores além do imobiliário, como veículos elétricos, assistência médica e parques temáticos, o que amplia o impacto de sua crise no mercado. Por enquanto, a empresa continua em busca de soluções para reverter sua situação financeira e retomar suas operações.
A situação da Evergrande é um reflexo dos desafios enfrentados pelo mercado imobiliário chinês e da necessidade de reestruturação para garantir a estabilidade e o crescimento econômico. A incerteza em relação ao desfecho dessa crise ainda persiste, mas a empresa segue em busca de alternativas para superar esse momento desafiador.
Leia a matéria na integra em: CNN Brasil
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