Do Rústico ao Elegante: A Transformação Fascinante do Recreio dos Bandeirantes

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Barracão da Sérgio Castro no Recreio

O Passado e Presente do Recreio dos Bandeirantes

O Recreio dos Bandeirantes, bairro que vem passando por um notável crescimento, se destaca por sua riqueza natural e uma história que remete ao rodoviarismo e à expansão do litoral carioca.

Historicamente, a área que hoje abriga o Recreio foi marcada por vegetação nativa, como restingas e pântanos, que contribuíram para o isolamento do local por longos anos, em razão da sua distância do centro e da Zona Sul do Rio de Janeiro, onde o desenvolvimento urbano começou a ganhar impulso.

No início do século XX, a dinâmica da região começou a mudar com a aquisição das terras por Joseph Wesley Finch na conhecida Gleba B e pelo Banco de Crédito Móvel na Gleba A. Assim, a área, que até então era quase intocada, começou a se transformar. O Recreio, que era considerado um deserto, enfrentou posteriormente problemas de grilagem e posseiros, além de disputas sobre a sua titularidade.

Do barracão de madeira aos luxuosos prédios: a história do Recreio dos Bandeirantes

A virada histórica ocorreu em 1953, com a implementação do projeto de urbanização do Recreio, idealizado pelo engenheiro e urbanista José Otacílio Saboya Ribeiro. Esse plano visava promover a integração ambiental e comunitária, inspirado na ideia anglo-americana das cidades-jardim, conciliando a natureza local com o desenvolvimento urbano. O Grajaú, também no Rio, foi o pioneiro dessa concepção no país, idealizado pelo urbanista Eugênio Richard.

Do barracão de madeira aos luxuosos prédios: a história do Recreio dos Bandeirantes

Nos anos de 1958 e 1959, a Companhia Recreio dos Bandeirantes deu continuidade ao projeto, promovendo a venda dos lotes da Gleba B. O senador Georgino Avelino, então presidente do Banco do Distrito Federal, acreditava na expansão da cidade em direção ao Sudoeste e impulsionou a urbanização da área. Na época, com o Rio de Janeiro ainda sendo a capital federal, o foco no rodoviarismo fez do automóvel o principal meio de transporte.

Para viabilizar o projeto, foi contratado o corretor de imóveis Sergio Castro, que fundou uma corretora homônima e ficou responsável pela venda dos lotes da Gleba B, utilizando um barracão próximo à Pedra do Pontal como estande. Ao final do lançamento, esse imóvel foi vendido para um restaurante famoso. A corretora tornou-se um marco na história da região, vendendo quase toda a área entre a Avenida das Américas e o mar. Recentemente, a imobiliária lançou um documentário celebrando os mais de 100 anos de história da empresa.

O barracão da Sérgio Castro Imóveis juntinho à Pedra do Pontal foi onde praticamente se iniciou o desenvolvimento do Recreio
O barracão da Sérgio Castro Imóveis juntinho à Pedra do Pontal foi onde praticamente se iniciou o desenvolvimento do Recreio. Interessante que o barracão ficava bem pertinho do mar.

Apesar do crescimento expressivo ao longo das décadas, o Recreio enfrentou desafios no que se refere a serviços básicos como esgoto e abastecimento de água. O acesso à água potável se ampliou apenas na década de 1990, durante o governo de Marcello Alencar. Com praias deslumbrantes, um mercado imobiliário em ascensão e preços mais acessíveis do que a Barra da Tijuca e a Zona Sul, o Recreio se tornou uma alternativa viável para quem busca viver perto do mar.

Do barracão de madeira aos luxuosos prédios: a história do Recreio dos Bandeirantes

A infraestrutura de energia era precária na região, com frequentes quedas que geravam prejuízos para os moradores, devido à presença de apenas uma subestação. No entanto, a partir dos anos 2000, muitos dos problemas de infraestrutura, como falta de pavimentação nas ruas e fornecimento de serviços básicos, começaram a ser solucionados. O bairro ainda enfrenta questões fundiárias decorrentes de seu desenvolvimento acelerado e da grilagem que afetou as glebas locais, incluindo a comunidade conhecida como Terreirão.

O Recreio hoje em dia
O Recreio hoje em dia.

Atualmente, o Recreio dos Bandeirantes continua em constante desenvolvimento, mantendo sua estrutura natural. Recentemente, foi noticiado que a presença de animais silvestres é uma realidade no bairro, evidenciando a relação do local com a natureza.

A infraestrutura comercial tem avançado consideravelmente, com a abertura de shoppings, hipermercados, instituições de ensino e uma vasta oferta de bares e restaurantes. As praias da região se tornaram famosas, sendo frequentemente palco de campeonatos de bodyboard e gravações de novelas, tanto no Pontal quanto na Macumba, além de outras praias como Abricó (de nudismo) e Prainha.

Leia a matéria na integra em: diariodorio.com

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