**Uganda**: um destino subestimado para amantes da vida selvagem
O continente africano é conhecido por abrigar algumas das reservas naturais mais espetaculares do mundo, como a Reserva Nacional Maasai Mara, no Quênia, a Cratera de Ngorongoro, na Tanzânia, e os vulcões de Virunga, em Ruanda. No entanto, um país muitas vezes negligenciado nesse cenário é Uganda.
Uganda oferece uma experiência única para os apaixonados pela vida selvagem. Do Parque Nacional Queen Elizabeth às planícies com leões escalando árvores, ao Canal Kazinga repleto de hipopótamos, elefantes e águias-pescadoras deslumbrantes, passando pela Floresta Impenetrável de Bwindi, lar da maior população de gorilas-das-montanhas do mundo.
Apesar de ser um destino incomum, Uganda se destaca por oferecer uma experiência turística marcante, mesmo que custe US$ 800 (R$ 4,4 mil) por hora. Esse alto valor faz parte de uma tendência de experiências de alto custo no país, que buscam promover o turismo sustentável em um momento em que muitos destinos estão lidando com o excesso de visitantes.
Um dos destaques de Uganda é a possibilidade de realizar caminhadas para encontrar grupos de gorilas habituados na Floresta Impenetrável de Bwindi. Por US$ 800 (R$ 4,4 mil), os visitantes podem ter a chance de se aproximar desses incríveis animais, compartilhando 98% do DNA humano.
Empresas como a Volcanoes Safaris estão atuando no país há mais de 25 anos e recentemente abriram o Kibale Lodge, um luxuoso empreendimento que oferece uma experiência única, com tarifas a partir de US$ 1200 (R$ 6695) por pessoa por noite. A empresa destaca a importância de envolver e apoiar as comunidades locais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
No entanto, um dos principais desafios enfrentados por Uganda em relação ao turismo sustentável é a questão dos “refugiados da conservação”. Os Batwa, uma antiga tribo indígena, foram expulsos de áreas de conservação em 1991, sem receber compensação e enfrentando anos de perseguição e discriminação. Iniciativas como o assentamento no Gahinga Lodge buscam oferecer oportunidades e dignidade a essas comunidades.
O modelo de turismo de alto preço e alta qualidade em Uganda tem se mostrado eficaz quando se trata de proteger a vida selvagem e promover o desenvolvimento sustentável. A experiência única de estar próximo dos gorilas, aliada aos cuidados rigorosos com o meio ambiente e as comunidades locais, justificam os altos custos envolvidos.
À medida que Uganda busca se posicionar como um destino turístico premium e sustentável, é essencial que continue investindo em práticas responsáveis e na valorização das comunidades locais. A colaboração entre empresas, autoridades e organizações é fundamental para garantir um futuro positivo para a vida selvagem e para as pessoas que dependem dela.
Ao apoiar e promover o turismo sustentável, Uganda pode não apenas consolidar sua posição no mercado turístico global, mas também contribuir para a conservação da natureza e o desenvolvimento das comunidades locais. Esta abordagem, baseada na qualidade e sustentabilidade, tem o potencial de transformar o país em um exemplo a ser seguido na África e no mundo.
Leia a matéria na integra em: CNN Viagem e Gastronomia
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