Desastre no Centro do Rio: O Colapso de um Casarão Revela o Abandono de Patrimônios Históricos

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A Degradação Urbana no Centro do Rio de Janeiro: Um Olhar Aprofundado

Recentemente, um triste episódio reafirmou as preocupações com a preservação do patrimônio histórico na cidade do Rio de Janeiro. Um casarão que abrigava a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio, localizado na Avenida Mem de Sá, na Lapa, caiu enquanto o Desfile das Campeãs acontecia nas proximidades. A fachada desmoronada agora impede o tráfego em uma das vias mais movimentadas da região, vulnerável ao impacto da queda e à desatenção que vem se acumulando ao longo dos anos.

Um Patrimônio em Colapso

Na manhã seguinte ao desabamento, a equipe do GLOBO visitou o local e encontrou a cena marcada por escombros, com técnicos de telefonia trabalhando para reparar os danos na fiação, que deixou seis imóveis da região sem internet. O impacto do desabamento não se limitou ao casarão; um restaurante vizinho também foi afetado, tendo seu teto parcialmente destruído, levando à necessidade de interdição pela Defesa Civil Municipal. A proprietária do estabelecimento, Laura Jannuzzi, expressou indignação em relação à situação, ressaltando que já havia registrado inúmeras reclamações sobre as condições do imóvel.

Em uma nota, a Defesa Civil informou que realizou vistorias periódicas no casarão ao longo de 2024 e tomou medidas para isolar e intervir quando necessário. Após o desabamento, o órgão declarou que os imóveis adjacentes também foram interditados devido ao risco potencial.

O Desespero dos Comerciantes

O descontentamento entre comerciantes da região é palpável. Laura Jannuzzi, proprietária do buffet mais próximo, relatou que a reabertura do seu negócio depende da ação da Defesa Civil, enquanto os prejuízos com a reforma já se aproximam de R$ 50 mil. "Eu não posso ficar sem funcionar, ainda mais por um motivo que não compete a gente", desabafou Laura, refletindo o desespero e a frustração de pequenos empresários que enfrentam não apenas a burocracia, mas a insegurança de um espaço deteriorado.

A situação é agravada pela falta de comunicação e resposta de autoridades. Laura mencionou que na Defesa Civil não obtiveram as respostas necessárias, e sua angústia é compartilhada por outros comerciantes que não sabem a quem recorrer.

Abandono e Negligência: Um Ciclo Familiar

A história do casarão não é única no Centro do Rio. Menos de 120 metros do imóvel em questão, a Rua Carlos Sampaio exibe outro edifício em condições ainda piores. O abandono é evidente, com vegetação escapando pelos vãos e a estrutura deteriorando-se visivelmente. Moradores da região testemunharam anos de descaso e já alertaram sobre o risco de ocasiões semelhantes se repetirem.

Um morador da Rua Carlos Sampaio destacou que o prédio, que pertenceu a uma conhecida família, tem sido um fardo para a vizinhança há mais de duas décadas. O sentimento de impotência parece se espalhar entre aqueles que testemunham a deterioração do que deveria ser um patrimônio histórico.

Medidas Emergenciais e a Burocracia

A gravidade da situação do casarão da Sociedade de Medicina e Cirurgia o tornou um assunto de fiscalizações e vistorias. O CREA-RJ, presente no local, está investigando as condições da estrutura e prometendo um relatório para a Prefeitura do Rio. Embora a Defesa Civil tenha realizado suas vistorias, o processo de responsabilidade por perdas e danos ainda permanece nebuloso.

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Rio apontou que, como o imóvel não é tombado, ele pode ser reformado ou até demolido. Contudo, uma série de notificações já havia sido enviada ao proprietário antes do desabamento, levantando a questão: por que nenhuma ação efetiva havia sido tomada?

Um Quadro Sombrio

Em uma análise mais ampla do Centro e do Centro Histórico do Rio, o cenário é sombrio, com um aumento significativo de vistorias devido a riscos de desabamento. Em apenas um ano, 855 solicitações foram registradas, refletindo a urgência da situação e a necessidade de intervenção municipal.

Isis Viana, membro do Conselho Renovação do Centro na Associação Comercial do Rio de Janeiro, expressou sua preocupação com a negligência nas manutenções pela prefeitura e o impacto que isso tem sobre o comércio local, já sufocado por impostos elevados e a falta de uma gestão efetiva.

Reflexão Final

O caso do casarão na Avenida Mem de Sá é um triste lembrete da luta pela preservação do patrimônio e da necessidade urgente de uma política mais robusta de manutenção urbana e responsabilidade legal dos proprietários de imóveis históricos. Enquanto a cidade luta para resgatar seu esplendor, cabe aos moradores e autoridades sentarem-se à mesa e traçarem um plano efetivo para salvar o que resta de nosso legado cultural.

Leia a matéria na íntegra em: oglobo.globo.com


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