Uma grande empresa de gestão de fortunas na China está enfrentando dificuldades financeiras, o que levanta preocupações sobre a saúde do setor bancário paralelo do país. O Zhongzhi Enterprise Group (ZEG) enviou uma carta aos investidores alertando sobre sua grave situação de insolvência, revelando que não pode honrar todas as suas dívidas. Essa notícia ressuscita receios em relação à crise imobiliária chinesa, que tem impacto direto sobre o setor financeiro paralelo chinês, avaliado em quase US$ 3 trilhões.
A empresa sediada em Pequim, com forte exposição ao mercado imobiliário chinês em crise, revelou que possui um passivo total de até 460 bilhões de yuans, contra ativos de 200 bilhões de yuans. Essa disparidade evidencia a gravidade da situação financeira da ZEG, que enfrenta dificuldades na recuperação de ativos, baixa liquidez e sérios problemas de insolvência.
O ZEG é considerado um dos maiores conglomerados privados da China, atuando nos setores financeiro, de mineração e de veículos elétricos. As preocupações sobre a saúde financeira da empresa surgiram inicialmente em agosto, quando um fundo parcialmente controlado pela ZEG falhou em realizar pagamentos a investidores empresariais.
A Zhongrong International Trust, que gerencia fundos no valor de US$ 87 bilhões, é apenas uma das milhares de empresas de gestão de fortunas na China que prometem altos retornos aos investidores. Este setor fiduciário, avaliado em US$ 2,9 trilhões, é maior do que a economia francesa e desempenha um papel crucial no panorama financeiro chinês.
Com a crescente preocupação em torno da crise imobiliária chinesa e suas ramificações nos setores financeiros tradicional e paralelo, investidores de classe média e alta estão cada vez mais apreensivos. A confiança dos consumidores pode ser abalada por eventuais inadimplências ou atrasos nos pagamentos, o que pode afetar ainda mais a estabilidade financeira do país.
O ZEG atribui seus problemas financeiros à gestão interna ineficaz desde a morte de seu fundador em 2021 e às demissões de executivos seniores. A empresa pediu desculpas aos investidores em sua carta, reconhecendo as dificuldades enfrentadas e a necessidade de reestruturação interna para lidar com a crise.
É crucial acompanhar de perto a evolução dessa situação, uma vez que a saúde do setor bancário paralelo da China tem repercussões globais. Qualquer instabilidade nesse mercado pode afetar não apenas a economia chinesa, mas também o cenário financeiro internacional. A transparência e ações assertivas serão essenciais para superar essa crise e restaurar a confiança dos investidores no mercado chinês.
Leia a matéria na integra em: CNN Brasil
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