A nova fase da construtora Pasqualotto no Litoral de SC
A construtora Pasqualotto, estabelecida em 1993, está se reposicionando e projetando uma nova estratégia para os próximos anos. Com a recente dissolução da parceria com a GT, a empresa, que já é reconhecida por grandes projetos como o Yachthouse by Pininfarina—conhecido pelo público como o “prédio do Neymar”—, está mudando seu foco para um novo perfil de imóveis no Litoral catarinense.
A separação entre as empresas ocorreu sem detalhes públicos sobre os motivos, mas não deve impactar o vasto portfólio da Pasqualotto, que permanece em atividade ao lado da construtora AP. Alcino Pasqualotto, presidente da empresa, revelou que durante 2023 a Pasqualotto espera entregar quatro novos empreendimentos com 169 apartamentos em Itapema. Ao todo, a construtora possui atualmente 32 obras em fase de execução, totalizando 11,4 mil apartamentos e uma área de 1,9 milhão de metros quadrados em construção. Esses números posicionam a Pasqualotto entre as oito maiores construtoras do Brasil, com empreendimentos em cidades da Costa Esmeralda, como Balneário Camboriú, Itapema e Porto Belo, além de projetos em Chapecó, no Oeste do estado.
Transformação no portfólio de imóveis
Um dos aspectos mais relevantes da nova estratégia da Pasqualotto é o direcionamento para a construção de imóveis com preço entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões. Segundo Alcino, 90% dos lançamentos futuros estarão nesse segmento. Essa decisão se baseia na crença de que os imóveis dessa faixa de preço oferecerão maior potencial de valorização no Litoral de SC. O empresário observa que os imóveis de altíssimo padrão estão muito distantes dos preços dos produtos de médio e alto padrão.
“A tendência que acreditamos é de uma supervalorização desses empreendimentos”, afirma Alcino, ressaltando que a expectativa é de que a procura por imóveis nessa faixa se intensifique.
O perfil dos novos compradores
O foco da Pasqualotto também inclui atender um público específico: casais entre 30 e 60 anos que desejam adquirir um imóvel na praia, sem a necessidade de esperar por anos para pagá-lo. Alcino explica que muitos clientes desejam aproveitar suas residências de veraneio mais jovens ou, já na maturidade, preferem imóveis que não imobilizem muito capital. “O público quer viajar, investir em outras coisas e não ficar apenas esperando por um imóvel”, completa.
Embora a construtora tenha ganho notoriedade com imóveis luxuosos em regiões de destaque, como Balneário Camboriú e Itapema, esses empreendimentos representarão apenas 10% da nova linha de projetos. A ideia é oferecer opções mais acessíveis, mas ainda com qualidade e atratividade.
Alcino destaca a importância da valorização em produtos com valor de R$ 1 milhão, que têm maior chance de subir para R$ 2 milhões, em comparação com imóveis que custam R$ 20 milhões e a valorização quase impossível de atingir R$ 40 milhões. “Um investidor na planta busca valorização. Hoje, enxergamos essa oportunidade na faixa de produtos de médio e alto valor”, enfatiza.
Outro fator que favorece a nova abordagem é que atualmente há uma maior quantidade de pessoas com condições de adquirir imóveis nessa faixa de preço, o que facilita as vendas. Além disso, a manutenção destes imóveis tende a ser menos onerosa, tornando-os ainda mais atraentes para os compradores. De acordo com o empresário, 70% das aquisições na região do Litoral são para segunda residência.
“Queremos desenvolver produtos que as pessoas gostem e possam comprar, evitando empreendimentos que se tornem apenas sonhos distantes”, afirma Alcino, numa clara intenção de atender à demanda real do mercado.
A filosofia da Pasqualotto, como a de muitas marcas que trabalham com produtos de diferentes faixas de preço, é manter a exclusividade em produtos de alto valor, ao mesmo tempo em que expandem suas ofertas para atingir um público mais amplo e diversificado.
“Para atender ao grande volume de pessoas que frequentam nossa região, não podemos focar apenas em 10% da classe média e média-alta. Isso não seria sustentável a longo prazo”, conclui Alcino, ressaltando que a construtora está atenta às mudanças no comportamento do consumidor e às tendências do mercado.
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