Arco do Teles: A Luta pelo Patrimônio Histórico e o Fantasma da Gangue do Zarur
O Arco do Teles, um dos cornerstones culturais do Centro do Rio de Janeiro, é um local que fascina os visitantes com suas construções históricas datadas dos séculos XVIII e XIX. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como "Conjunto Tombado Nacional", a região não apenas atrai turistas, mas também carrega um legado que merece ser protegido. No entanto, a recente história do Arco do Teles está marcada por desafios, desabamentos e a incessante luta contra a degradação de seu patrimônio, muito influenciada pelas práticas criminosas da chamada "Gangue do Zarur".
Nos últimos anos, a região, uma vez negligenciada, começou a ressurgir graças ao restauro da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores e às iniciativas da Prefeitura, como os programas Reviver Centro e Reviver Cultural. Contudo, essa revitalização acontece em meio a uma dívida histórica com o abandono e a vandalização de imóveis que refletem a identidade carioca.
O Legado de Destruição
O problema da degradação do Arco do Teles não se limita ao desgaste do tempo, mas está intrinsecamente ligado à questão fundiária da área. O ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia, Dahas Chade Zarur, que foi preso em 2014, é a figura central dessa tragédia. Com um histórico de fraudes imobiliárias, Zarur e seus comparsas simularam vendas de diversos imóveis, levando a uma situação crítica de desabamentos e intervenções forçadas pelas autoridades.
Nos últimos dois anos, caíram ao chão duas das mais belas edificações do Arco do Teles, evidenciando a gravidade do estado de conservação da região. Muitos imóveis que compõem o que ficou conhecido como "Pequena Lisboa", entre a Praça XV e a Presidente Vargas, passaram a ser explorados de forma irregular, enquanto suas verdadeiras proprietárias, a Santa Casa e o Iphan, lutam para reaver o patrimônio.
A Violência das Ocupações Ilegais
Recentemente, o Arco do Teles foi palco de eventos alarmantes relacionados à tentativa de ocupação de imóveis. Um incidente chocante envolveu a invasão de um restaurante por Pedro Henrique do Valle Thomaz, que, armado com documentos supostamente assinados por Zarur, alegou ser o legítimo proprietário do local. Testemunhas relataram que ele fez ameaças e quebrou móveis durante a invasão, culminando em uma rápida intervenção policial.
É preocupante que, mesmo após anos de tentativas de resolução, os autores dessas violências permaneçam ativos, utilizando documentação fraudulenta que se baseia em assinaturas ilegíveis, sem qualquer respaldo legal registrado. Enquanto isso, muitos imóveis que deveriam servir à história e à cultura carioca permanecem abandonados, deteriorando-se e se tornando um risco tanto para os transeuntes quanto para o próprio patrimônio histórico.
A Responsabilidade do Poder Público
A responsabilidade por essa situação não recai apenas sobre os ocupantes ilegais, mas também sobre a gestão pública. Durante anos, o Iphan foi criticado pela falta de ação na conservação dos edifícios, enquanto os poucos proprietários que tentavam zelar por seus imóveis enfrentavam penalizações por infrações diversas, muitas vezes absurdas. A região se transformou em um verdadeiro labirinto de ameaças à conservação, aumentando a urgência de uma intervenção coordenada entre governo, entidades de preservação e a comunidade.
Nos últimos dois anos, a fiscalização começou a ser reaprimorada e alguns imóveis têm sido restaurados. A disposição de novos inquilinos para ocupar os espaços também renova a esperança de que o Arco do Teles possa recuperar sua vitalidade. Entretanto, essa luta pela preservação do patrimônio histórico carioca requer um esforço contínuo e colaborativo para fend off as consequências nefastas deixadas pela Gangue do Zarur.
Conclusão
O Arco do Teles não é apenas um patrimônio arquitetônico; é uma parte viva da história e uma representação da identidade carioca. Sua preservação não deve ser vista como uma responsabilidade isolada, mas como um compromisso coletivo entre os cidadãos, as autoridades e as entidades de preservação. Se no passado a negligência permitiu a degradação, que no presente e no futuro a atenção e o cuidado garanticem que este legado cultural continue a inspirar e a contar a sua história por muitos anos.
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