Condomínio Fantasma em Rio das Pedras: Uma História de Abandono e Risco
Na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a comunidade de Rio das Pedras abriga um condomínio fantasma que há mais de quarenta anos se perde em meio à vegetação. Composto por quinze blocos de dez andares que nunca foram concluídos, o projeto da antiga Delfin Imobiliária previa a construção de 16 mil apartamentos na área do então bairro Itanhangá, antes mesmo do crescimento da favela vizinha. Entretanto, os trabalhos foram abandonados nos anos 1980, e as estruturas foram lentamente engolidas pela mata nativa, gerando riscos à segurança dos edifícios.
As obras tiveram início em 1977, mas logo após, o empresário Ronald Levinsohn alegou que a suspensão dos trabalhos de infraestrutura ocorreu devido ao fim do Banco Nacional de Habitação (BNH), extinto em 1986. O abandono dos prédios, já parcialmente erguido, ocorreu sem que houvesse nenhuma condição de uso. Os edifícios, construídos sobre um antigo manguezal, começaram a apresentar rachaduras desde a década de 1980, especialmente em áreas como hall de entrada e garagens. Sem instalações de elevadores, energia, água ou esgoto, a estrutura nunca recebeu o tão esperado habite-se.
Na década de 1990, a situação se agravou e, mesmo assim, cerca de seis mil pessoas, em sua maioria oriundas da própria comunidade, ocuparam os prédios. Sem acesso a luz elétrica, saneamento e suporte urbano, a ocupação gerou um impasse que levou o governo estadual, sob a liderança de Leonel Brizola, a optar por negociações em vez do uso da força. Os ocupantes acabaram sendo realocados para terrenos adjacentes, onde hoje se encontram os núcleos conhecidos como Areal, Areinha e Pinheiro, que fazem parte da expansão de Rio das Pedras.
Apesar de inacabado, o condomínio já contava com 216 unidades vendidas antes da invasão. Ao longo dos anos, a deterioração se intensificou. A portaria e os andares inferiores dos prédios já se encontram parcialmente soterrados, restando apenas os andares superiores acessíveis. O problema do afundamento não se restringe ao condomínio; as áreas circunvizinhas apresentam a mesma situação crítica.
Solo Instável e Criminalidade Crescente
O condomínio foi erguido sobre um solo de turfa, conhecido por sua instabilidade, que se rebaixa com o tempo, inviabilizando qualquer instalação de infraestrutura básica. O caso é semelhante ao da Vila do Pan, em Jacarepaguá, onde foi necessário construir uma laje para conter o afundamento do solo.
Além dos riscos estruturais, o abandono propiciou o avanço da criminalidade na área. O local tornou-se um ponto de desova para atividades ilegais, com registros de apreensões pela Polícia Civil. Em 2023, três corpos foram encontrados nas proximidades. O espaço, cercado por vegetação e isolado por um rio, é monitorado pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros.
A Prefeitura do Rio confirmou que o terreno é de propriedade privada, está sem licença válida e, até o momento, não existe um projeto oficial para reocupação ou demolição.
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