Formações Geológicas Inspiram a Arquitetura da Casa Gruta
Localizada no bairro do Sisal, em Valladolid, Yucatán, a Casa Gruta é uma obra arquitetônica criada pelos arquitetos Salvador Román Hernández e Adela Mortera Villarreal. Com um design que explora a percepção, a escala e a materialidade, o projeto apresenta uma abordagem arquitetônica e escultórica, evocando a sensação de um abrigo semelhante a uma caverna. A Casa Gruta convida à reflexão sobre o passar do tempo e a relação entre o efêmero e o eterno, por meio da interação entre luz e sombra e do diálogo entre estruturas novas e existentes.
Concebida como uma escultura habitável contemporânea, a casa é inspirada nas formações geológicas características da Península de Yucatán, como grutas, cavernas e cenotes. Sua materialidade é fundamentada nas cores e texturas encontradas nesses ambientes naturais. As fachadas são compostas por concreto pigmentado em um tom verde-acinzentado, que muda de saturação ao longo do dia com a variação da luz solar, criando uma atmosfera dinâmica. Em contraste, elementos de madeira de cedro natural fazem referência à vegetação local, enquanto detalhes em metal dourado evocam os minerais presentes no solo.
Luz, Sombra e Natureza Informam o Design Espacial da Casa Gruta
O design da casa, idealizado pelos arquitetos Salvador Román Hernández e Adela Mortera Villarreal, busca inspiração em cenotes e cavernas, onde túneis, abóbadas e espaços abertos guiam a experiência sensorial do usuário. Os ambientes se expandem e se contraem, proporcionando sensações variadas ao longo da jornada. A entrada é marcada por um pé de álamo, que em Yucatán tradicionalmente sinaliza a presença de formações subterrâneas. Isso conduz a um vestíbulo ao ar livre com um corpo d’água, uma instalação de Andrés Briceño, inspirada em rituais maias realizados antes de entrar em um cenote.
Um túnel se estende a partir desse vestíbulo até a área principal da casa. O primeiro espaço encontrado é um quarto com um pátio privativo, um chuveiro externo e uma fonte de água. À medida que a jornada avança, o túnel se abre em uma área comum que inclui sala de estar, sala de jantar e cozinha, todas sob um teto de concreto estampado. Neste espaço, uma grande estrutura cilíndrica abriga uma escada que leva ao telhado, um espaço recreativo aberto com uma plataforma de observação para apreciar a paisagem ao redor. No piso térreo, a casa conta com dois quartos adicionais. Um deles, mais isolado, possui um pátio contemplativo com esculturas e vegetação. O quarto principal, o maior, se abre para um pátio interno com uma fonte de água cilíndrica e uma árvore pré-existente que projeta padrões intrincados de luz e sombra. A Casa Gruta funciona como um retiro que incentiva a introspecção e a reflexão sobre a velocidade da vida contemporânea, oferecendo um espaço para contemplação e uma conexão mais profunda com o tempo.
A interação da luz e sombra ao longo dos espaços cria um diálogo constante entre o efêmero e o eterno, tornando a Casa Gruta um exemplo fascinante de como a arquitetura pode se integrar ao ambiente natural. A entrada, que é sinalizada pela árvore de álamo, é não apenas um acessório visual, mas um símbolo que conecta a estrutura ao solo e ao seu contexto geológico.
Em suma, a Casa Gruta é um projeto que reflete o profundo respeito dos arquitetos pela natureza e pelas tradições locais, preservando a beleza do Yucatán e mostrando como a arquitetura contemporânea pode harmonizar-se com a paisagem natural, criando espaços que não apenas abrigam, mas também inspiram e provocam reflexão.
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