Terraces Urbanos: Estratégias para Viver Bem em Altura
No cenário atual das cidades densas e verticais, os terracos têm se destacado não apenas como espaços técnicos, mas como áreas essenciais para reconectar-se com a natureza, expandir funções residenciais e proporcionar momentos de alívio coletivo. Especialmente em casas unifamiliares situadas em áreas urbanas compactas, esses espaços elevados representam uma oportunidade valiosa para aumentar a área útil de habitação sem ocupar mais solo.
A elevação da vida cotidiana acima do nível da rua abre novas formas de interação com a cidade, possibilitando uma diversidade de usos que vão desde momentos de lazer e contemplação até a produção de alimentos e encontros sociais. Em contextos onde o espaço verde é escasso e a infraestrutura é sobrecarregada, as varandas oferecem uma solução viável, promovendo o que a arquiteta paisagista Catherine Mosbach define como “camadas adicionais de urbanidade.”
Usos Diversificados: Como o Clima e o Contexto Moldam as Varandas
Ao serem espaços predominantemente externos, o uso e o design das varandas são fortemente influenciados pelo clima regional e pelos hábitos culturais. Em áreas secas e ensolaradas, como na região do Mediterrâneo ou no Oriente Médio, as varandas costumam se estender para fora da casa, tornando-se ambientes ideais para refeições ao ar livre, convívio familiar e cultivo de ervas e vegetais.
Já em regiões tropicais úmidas, como no Sudeste Asiático ou no Brasil, as varandas podem demandar adaptações, como pérgulas ou toldos para sombra e vegetação densa para controle térmico. Essas áreas se tornam gourmet ou jardins urbanos compactos, refletindo uma flexibilidade nos usos.
Acesso e Integração: Conectando o Interior e o Exterior
Um fator chave na utilização das varandas é a forma como elas se conectam ao restante da casa. Em residências unifamiliares, a qualidade e a facilidade de acesso determinam como uma varanda é integrada e utilizada. Acesso limitado pode fazer com que o espaço seja considerado secundário e pouco aproveitado, enquanto um acesso direto e confortável convida a um uso mais frequente e natural.
As adaptações arquitetônicas contemporâneas têm buscado explorar essa continuidade espacial através de escadas esculturais, claraboias operáveis e portas de vidro deslizantes, facilitando a transição entre o interior e o exterior. Em terrenos urbanos estreitos, soluções compactas podem conectar o andar superior à varanda, aumentando a luz e a ventilação, transformando a subida em uma experiência arquitetônica.
Forma e Volume: A Varanda como um Gesto Arquitetônico
Distantes de serem simples superfícies planas e utilitárias, as varandas desempenham um papel crucial na expressão arquitetônica de residências unifamiliares. Sua configuração volumétrica molda diretamente a silhueta do edifício e seu diálogo com o contexto urbano. Ao invés de serem apenas lajes de concreto sem tratamento, as varandas podem incluir plataformas multilevel, vasos e bancos embutidos, e áreas verdes, adicionando profundidade e textura à composição arquitetônica.
Com a ascensão de novas práticas de design que reconhecem a variabilidade dos espaços verticais, é possível tornar as varandas parte da narrativa arquitetônica da casa, contribuindo não apenas para a estética, mas também para a funcionalidade e bem-estar dos moradores.
Materiais: Segurança, Conforto e Estética no Topo
A escolha dos materiais é essencial para a função e a durabilidade das varandas. Expostas a intempéries, essas áreas exigem materiais robustos e seguros, como pisos de cerâmica antiderrapante, decks de madeira tratada e pavers de concreto permeáveis. Assim, garantem regulações eficazes de drenagem e conforto térmico.
A impermeabilização é igualmente crucial, tipicamente alcançada através de folhas asfálticas ou membranas líquidas. É importante garantir a segurança das varandas, com grades e barreiras adequadas que garantam seu uso seguro. O cuidado com a drenagem, junto com um planejamento adequado para plantas e até mesmo para a inclusão de piscinas, deve ser registrado na fase de projeto estrutural.
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