O Futuro do Trabalho: O Impacto do Home Office nas Cidades e no Mercado Imobiliário
Após a pandemia, diversas grandes empresas já manifestaram seu desejo de adotar o home office como um modelo de trabalho permanente. Com isso, a rotina de quem trabalhava nas sedes das companhias não será mais a mesma.
Especialistas apontam que muitos espaços físicos ocupados por trabalhadores podem ser alterados ou até mesmo desaparecer. Segundo Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio, o conceito de escritório passará por uma profunda transformação, impactando o mercado de locação comercial, que já enfrentava dificuldades desde a recessão de 2015 e 2016.
Uma Novidade no Mundo Corporativo
Schneider destaca que a tradicional jornada de trabalho das 9h às 18h, de segunda a sexta, está mudando. “Vamos integrar mais a vida pessoal e profissional”, afirma. Essa nova dinâmica exigirá um design diferente para os espaços de trabalho, priorizando áreas maiores com ambientes colaborativos ao invés de mesas individuais isoladas.
A Petrobras, por exemplo, já anunciou que metade de seus 20 mil funcionários da área administrativa trabalharão remotamente pelo menos três vezes por semana. Outras instituições financeiras, como o XP Investimentos, também planejam manter esse modelo.
Mudanças Comprovadas no Dia a Dia
Ronald Goulart, arquiteto que atende clientes na área corporativa, confirma essa nova realidade. “As empresas perceberam que não é necessário manter todos os profissionais no escritório. Isso resulta em redução de custos, que vão desde o cafezinho até o vale-transporte”, ressalta. Ele acredita que essa mudança é irreversível, definindo um novo rumo para o mercado de trabalho.
Guilherme Sant’Anna, da XP, conta que a nova sede da empresa, chamada Villa XP, promete agregar mais qualidade de vida aos colaboradores, mesmo com críticas sobre seu acesso e localização. Sant’Anna defende que o espaço não será utilizado por todos os funcionários diariamente, mas servirá como um escritório de apoio.
Transformações nas Cidades
No Rio de Janeiro, a revitalização da Zona Portuária, com projetos como o Porto Maravilha, pode ser revista diante dessas transformações urbanas. O arquiteto Sergio Conde Caldas vê a chance de modificar a área em direção a um perfil mais residencial, algo já considerado pelos especialistas do setor imobiliário.
Claudio Hermolin, presidente da Ademi-RJ, reforça que já existiam planos para agregar empreendimentos residenciais à Zona Portuária, preconizando que a crise apenas acelerou esse processo. A tendência é que cidades se tornem mais descentralizadas, oferecendo novas formas de moradia e trabalho.
Espaços de Trabalho mais Saudáveis
Jadson Andrade, da consultoria Cushman & Wakefield, não aposta em mudanças radicais a curto prazo. As locações possuem contratos de longo prazo, mas a demanda por escritórios mais amplos é crescente. A pesquisa realizada por ele indica que 29% dos clientes têm interesse em reduzir espaços, sugerindo uma nova média de 10 metros quadrados por funcionário em ambientes corporativos.
Com a busca por mais qualidade de vida, moradores das áreas metropolitanas começaram a se interessar por casas maiores em cidades vizinhas. A correção de preço e a fácil conectividade por meio da internet vêm incentivando esse movimento.
Nova Dinâmica no Mercado Imobiliário
As mudanças de comportamento também impactam o setor imobiliário. As vendas de casas em condomínios, por exemplo, cresceram de forma significativa, refletindo na valorização de imóveis. O corretor Antonio Carlos Lima, por exemplo, registrou uma grande demanda na Região Serrana do Estado do Rio.
Essa mudança de foco no espaço em detrimento da localização está redefinindo o que se considera um bom investimento imobiliário. As áreas anteriormente menos valorizadas agora se tornam atrativas, proporcionando um novo cenário no mercado.
Home Office e a Busca por Espelhos da Natureza
A pandemia também trouxe à tona o desejo de muitas pessoas de se afastar do estresse da vida urbana incessante. Esta nova mentalidade fez com que executivos desejassem espaços que combinem conforto e natureza. Alex Pimenta, um empresário que deixou a vida agitada da cidade, relata que agora pode desfrutar de um espaço maior e mais tranquilo em um condomínio de chácaras.
A procura por condomínios que oferecem uma infraestrutura completa, incluindo áreas verdes e lazer, está em alta. José Roberto Nunes, presidente da Planalto Invest, notou um aumento vertiginoso nas vendas de terrenos em áreas mais afastadas durante a pandemia. Essa mudança na demanda reflete uma nova realidade onde a distância geográfica não impede a conectividade profissional.
Desafios e Riscos
Por outro lado, especialistas também alertam para o risco de criar espaços cada vez mais exclusivos e segregados, acentuando a desigualdade social que já existe. Para Tomas Alvim, é importante repensar a mobilidade urbana e a acessibilidade, de forma a garantir que as mudanças sejam inclusivas e benéficas para todos os grupos sociais.
A transformação provocada pelo trabalho remoto promete não apenas alterar as dinâmicas de trabalho, mas também o futuro das cidades e do mercado imobiliário. As estratégias a serem adotadas pelos profissionais do setor serão determinantes nesse novo cenário, que emerge das lições aprendidas durante a pandemia.
Leia a matéria na integra em: asmetro.org.br
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